Tom Barros: Esta gente imortal

Hoje, Dia de Finados, se espaço houvesse eu encheria a coluna inteira com os nomes de saudosos jogadores que marcaram a história do futebol cearense. Do "Passeio Público" ao Campo do Prado, do PV ao Castelão, homenagem póstuma, plena de respeito e gratidão. Um passeio pelo passado que segue tão vivo quanto imagens do presente. Os mais antigos, como o pesquisador Airton Fontenele, certamente enalteceriam ídolos da década de 1940. Os de minha geração, por certo os ídolos das décadas 1950 e 1960. Cada tempo com o futebol da época, ora mais artístico, ora mais de força; ora mais veloz, ora mais clássico. Assim, lembranças que cada torcedor guarda na memória e no coração. Esta gente imortal.

Lance

Como esquecer a bicicleta espetacular do saudoso Mozart Gomes, então no América, na decisão de vaga contra o Náutico pela Taça Brasil de1967 no PV? Um desses lances geniais, onde há a sincronização de movimentos, numa combinação perfeita entre o tempo da bola, a velocidade e a execução do chute.

Marcação

Como esquecer Gildo, o maior ídolo alvinegro de todos os tempos? Como esquecer o saudoso Luciano Oliveira, então no Ceará, quando em 1971 no PV parou o famoso Rivelino, que ganhara o tri mundial pelo Brasil no México? Foi uma das mais perfeitas marcações que já vi. Colada, mas leal, disputada na bola, limpa.

Recordando

Cristiano Santos e o Capitão Alexandre Nepomuceno

Dois grandes desportistas que, de repente, nos deixaram. A partir da esquerda: Cristiano Santos, que morreu em 2015 (ele era coordenador do Memofut-CE) e o Grande Capitão Alexandre Nepomuceno, notável zagueiro e grande ídolo do Ceará. Alexandre morreu no dia 23 de maio deste ano. Perdas bem doídas.

Desportista

Este ano houve a partida do médico Euler Pontes, que foi presidente campeão pelo Ceará. O doutor Euler foi também muito ligado à crônica esportiva cearense porque médico da Apcdec por muitos anos. Euler Pontes presidiu o Ceará no biênio 1976/1977, quando conquistou o bicampeonato estadual.

Conclusão

Impossível neste espaço colocar todas as lembranças e relembranças de ex-jogadores que já morreram. Gostaria de citar um a um e seus feitos maravilhosos. Como isso é impossível, que cada torcedor guarde na mente e no coração os lances e gols inesquecíveis dessa gente imortal.

Golaços

Croinha

Felizes os torcedores do Fortaleza que, na década de 1960, viram em ação o saudoso Croinha, artilheiro e ídolo tricolor. Goleador implacável. Bola na frente da área era prenúncio de gol. Nos tempos de hoje Croinha teria enriquecido. Como esquecer os golaços que ele assinalou em clássicos no PV?

Símbolos. Torcedores famosos e o ano em que morreram: Dona Filó (Ferroviário, 1963), Dona Chaguinha (Ceará, 1964), Pedrão da Bananada (Ceará, 1984), Gumercindo da Charanga (Fortaleza, 1985), José Limeira (Ferroviário, 2004), Bodinho (Fortaleza, 2004), Luis Rolim Filho (Fortaleza, 2009), Jackson de Carvalho (Fortaleza, 2012), Estelita Aguirre (Ferroviário, 2014), Fernando Pintura (Ferroviário), Tia Roma (Ceará), Mudinho (Ferroviário, 2017). Pesquisa de Eugênio Fonseca.