Quando termina a temporada futebolística, é natural que a torcida faça um balanço de seu time. Não o balanço contábil, ou seja, receita menos despesa, mas o balanço da participação em campo. No Fortaleza, houve o título de bicampeão cearense e a presença na Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Com relação à Série C, mais uma frustração. Mas é inaceitável que o não acesso à Série B ofusque tudo o que de bom se fez em outros segmentos. Uma coisa não deveria anular a outra. Mas no futebol é assim: os valores seguem critérios emocionais e variam com o tempo e o lugar. A insatisfação final se sobrepôs a tudo o que foi citado antes. Pelo visto, enquanto o Leão não subir para a Série B, as avaliações não serão isentas nem justas porque baseadas na paixão.
Sem aventuras
O repensar no Fortaleza terá de ser calculado friamente. Parcerias requerem cuidados especiais porque, não raro, basta uma falha contratual para gerar atritos que vão esbarrar na justiça. Não quero acreditar que o Fortaleza possa entregar-se a aventuras externas, sem que haja profundo estudo a respeito da questão.
Exemplo negativo
Vejam o que houve com o Icasa. Iludiu-se com parceria sulista que inicialmente deu sinais de acerto, quase o levando à Série A nacional. Depois, só dissabores. Cobranças de dívidas questionadas e queda para as séries inferiores. E o que é pior: grave crise financeira e queda até para a segundona cearense. Foi o preço da louca aventura.
Recordando
Conceituados médicos e notáveis desportistas: Maureen Schwartz e Roberto Misici. Na década de 1960, a tenista cearense Maureen encantou o país como campeã brasileira em várias categorias. Roberto brilhou no futebol amador (ponta-direita) e no futsal (goleiro). Ganhou muitos títulos e deixou a marca de seu talento. Os dois participam neste fim de semana, no Vila Galé, do encontro da turma de Medicina de 1971 na qual foram graduados.
Invertido
Segundo estatísticos, o Ceará Sporting Club para ascender à Série A terá de fazer esforço semelhante ao que fez para não ser rebaixado no ano passado, ou seja, ganhar tudo e torcedor por tropeços dos concorrentes. Como houve o milagre de não cair em 2015, quem sabe aconteça o milagre de subir agora, 2016. Um Lisca invertido.
Campanha
Lamento ver na zona de rebaixamento da Série A dois times nordestinos: Vitória da Bahia (17º) e Santa Cruz/PE (19º). Se for para subir e virar saco de pancadas, gozações e humilhações, melhor ficar na Série B com dignidade. O Santa Cruz completou cinco derrotas seguidas. Aí perde a graça e acaba enodoando a história do clube.
Voltas da Vida
O líder da Série B é o Atlético/GO, dirigido por Marcelo Cabo, que aqui não deu certo quando comandou o Ceará em 2015 (5 vitórias, 3 empates, 7 derrotas). Cabo foi auxiliar de Jorginho, técnico do Vasco. Voltas da vida, o Atlético de Cabo desbancou o Vasco. Passou a perna em todo mundo e colhe os frutos do seu trabalho que começou no Atlético em maio deste ano.
Risco. A cada ano os campeonatos estaduais, que tanto defendo por entende-los origem de tudo, perdem força. Noto que o próprio público não mais se interessa por esse tipo de disputa, exceto nas finais. Com a saída do Icasa (rebaixado) e a ausência do Ferroviário que segue na segundona local, a disputa ficará menos atraente. Se continuar assim, desabará andar por andar, ante a contemplação inerte dos que já se conformam com a possível extinção desse certame nos próximos anos.