Tom Barros: Em busca do milagre final

Em vista das incríveis surpresas que o Ceará tem aprontado este ano, há razões suficientes para a crença de que o milagre final da classificação possa acontecer. Ainda me parece tudo muito difícil. Entretanto, vale uma observação: difícil era com um time reserva o Vozão ganhar do São Paulo no Morumbi. Ganhou. Difícil era ganhar do líder Botafogo/RJ no Engenhão. Ganhou. O que haverá de mais difícil pelo caminho? Ganhar do Vitória em Salvador na 36ª rodada? Ganhar do América em Minas na 37ª rodada? Amigos, depois que o Ceará aprontou no Morumbi e no Engenhão, não duvido mais de nada. O Ceará começa a sair dos escombros de uma iminente eliminação, emergindo para possível permanência na Série B. Não tropeçar em casa será fundamental.

Adversários

Quem pegará fora de casa adversários mais difíceis nos sete jogos que faltam, Ceará ou Macaé? Dos três jogos que o Ceará fará fora (Mogi, 20º lugar; Vitória, 2º; América/MG, 4º) só os dois últimos são mais complicados. Já os três do Macaé me parecem mais difíceis (Paraná,13º; Atlético/GO,12º) e Ceará, 17º).

Em casa

O Ceará recebe o Boa (19º), ABC (18º), Braga (10º) e Macaé (16º). O Macaé receberá Mogi (20º), Vitória (2º), Náutico (6º) e Atlético/GO (12º). O Ceará jogará com dois da zona de rebaixamento (Boa e ABC). O Macaé não pegará nenhum time da zona de rebaixamento. Teoricamente, melhor para o Vozão.

No Castelão

Revendo os números da decisão Fortaleza 0 x 0 Brasil/RS, há o registro de um público pagante de 62.903 torcedores. Isso num jogo de decisão de vaga da Série C. Já no jogo Seleção Brasileira 3 x 1 Seleção da Venezuela, público de 38.970 pagantes. Desinteresse do torcedor pela Canarinho é cabal prova de desprestígio.

Desprestígio

Amigos, o jogo Brasil 3 x 1 Venezuela não foi um amistoso. Foi um jogo de eliminatórias de Copa do Mundo. A "Canarinho" principal, gente. Perdeu feio em público para um jogo da Série C. É o desprestígio a que levaram a Seleção Brasileira, máxime após a goleada que sofreu da Alemanha. Haja tempo para recompor o prestígio.

Ídolo único

A falta de ídolos também é fator de afastamento dos torcedores. Na Seleção Brasileira só Neymar ainda mexe com a galera e desperta a curiosidade dos fãs. Os demais se tornaram jogadores comuns. Maior prova disso está no treino que a Canarinho fez no PV. Procura insignificante por autógrafos. E público de treino de qualquer equipe local.

Colhendo Rosas

Ontem, no Parque da Paz, emocionado assisti ao sepultamento do corpo do querido Edilmar Norões. Sobre o túmulo, terminada a cerimônia, uma "montanha" de coroas de flores. Não tinha visto algo igual. Ali estava Edilmar ornamentado pela manifestação sincera e espontânea de incomensurável número de amigos. Lição de vida: quem sempre semeou a boa semente da paz, da ternura, da amizade, do respeito, da dignidade, só poderia partir colhendo rosas...

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