Tom Barros: É só o começo de tudo

Não poderia ter havido algo melhor para o futebol cearense neste início de 2017 que a volta do Ferroviário à elite local, justo na forma como está acontecendo. E não está sendo uma volta comum como mera equipe participante. A rigor, tornou-se uma volta surpreendente, vitoriosa, positiva. Pode até ser muito cedo para tantos encômios. Concordo. Mas é animador e, como tal, merecedor de registro especial. Se por algum desvio de rumo depois não der certo, o Ferrão já terá celebrado o feito de um empate com o favorito Fortaleza no Castelão e de ter derrotado o Guarany em pleno Estádio do Junco na querida cidade de Sobral. Mas cabe aqui uma advertência: nada de pensar que o Ferrão está pronto, perfeito. Disso Marcelo Vilar sabe muito bem. É só o começo.

Nomes

Não fica apenas em Maxuell a graça coral. Outros valores como Valdeci na criação, a presença marcante de Jonathan e Mimi na meia-cancha e a velocidade de Vitinho dão um toque especial à definição da equipe do Ferroviário. Cartão de apresentação que a todos surpreendeu pelo curto tempo de preparação.

Cuidado

Em meio aos fartos elogios pelo ótimo início na competição, vale uma advertência aos jogadores corais, principalmente aos que mais estão na mídia: cuidado com o deslumbramento. Pés nos chão, gente. Ainda ha muita coisa pela frente. Desafios que aumentarão com o passar das jornadas. Olho vivo contra vaidades bobas.

Recordando

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Década de 1980. Jogadores do Tiradentes. Foto batida há mais de 30 anos. A partir da esquerda: Alexandre, Osmani e Valdir. Desses três, tenho contato apenas com Alexandre. Faz muito tempo não tenho notícias de Osmani e de Valdir. Quanto a Alexandre, tive a alegria de um papo recente com ele. Alexandre foi campeão brasileiro Série A 1978 no timaço do Guarani de Campinas, de Careca e Zenon. (Álbum de Elcias Ferreira)

Dois clássicos

O técnico Hemerson Maria teve a desvantagem de, logo de cara, pegar um clássico tricolor na estreia pelo Fortaleza no certame cearense e, já gora, terá outro clássico, desta feita diante do maior rival, o Ceará. Para um time ainda em formação, isso não é bom. Melhor teria sido pegar pelo menos os dois jogos iniciais com times menores.

Situação melhor

O técnico Gilmar Dal Pozzo encarou situação mais favorável, pois estreou diante de uma equipe modesta. Assim, teve a vantagem de observar o grupo sem a pressão que naturalmente um clássico produz. Agora sim, amanhã, terá desafio mais delicado: enfrentar o maior rival. A avaliação será completamente diferente.

Impressionante

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Arrasador nos dois jogos iniciais, o atacante Maxuell já levou para si os holofotes todos da mídia. Em dois jogos, quatro gols. Na entrevista que deu ao programa do Belmino na TV Diário, ele disse de seu compromisso profissional e planos para alcançar voos mais elevados, a partir mesmo de suas atuações no Ferrão. Ótimo. Tem tudo para realizar seu sonho.

Astro. Notável Ademir da Guia foi o grande injustiçado em Copas do Mundo. Após excelente início na Seleção Brasileira em 1965 (invicto em seis jogos contra Bélgica, Alemanha Ocidental, Argentina, Argélia, Portugal e Uruguai), ficou fora das Copas de 1966 e 1970. Na Copa de 1974, única que disputou, só atuou no último jogo (disputa do 3º lugar com a Polônia, 0 x1). Estava sendo o melhor em campo, mas, surpresa geral, foi substituído (15',2º tempo). O placar ainda estava em 0 a 0. (Dados: Airton Fontenele).