No início, 68 times na Série D 2018. O Ferroviário seria apenas mais um dentre tantos. Mas foi gradualmente mostrando algo superior. Agigantou-se a cada desafio. Na fase de grupos, terminou líder. E, nas cinco etapas do tipo mata-mata, fez-se senhor do triunfo. De Maurílio Silva a Marcelo Vilar, a sequência inabalável de uma formação vencedora. Imperioso resultado de quem reuniu no mesmo grupo competência, talento, dedicação, confiança, coragem, inteligência. Audaz, quando preciso; prudente quando necessário. Assim o Ferroviário ressurgiu diante da história, diante da vida. Ganha no peito uma estrela de ouro, privilégio exclusivo dos que ostentam o título de campeão do Brasil.
De todos
Claro que um título brasileiro é obra coletiva, do planejamento à execução. Ação conjunta de dirigentes, atletas, comissão técnica, funcionários, torcida. Como não posso nomear todos, creio de justiça fazê-lo na pessoa de Edson Cariús, o goleador dos momentos de definição, legítimo herdeiro do ídolo Pacoti.
Antes e depois
Após a conquista coral de campeão da Série D, o Ferroviário assumiu um outro status. Agora terá de mirar novos valores. Já vislumbrar a Série B 2019. Fazer da Série C passagem rápida para alcançar patamares mais elevados. Um Ferroviário grande, pesando grande, sonhando grande. Do jeito que ele é.
Um presidente discreto
Valmir Araújo, presidente do Ferroviário, tem anos e anos de serviço prestado ao Ferrão, mesmo quando nenhum cargo ocupava no clube. Agora vê a coração de seu trabalho, com o título brasileiro da Série D. Louve-se também o trabalho que o executivo de futebol, Jurandir Junior, realizou. De Jurandir toda a logística que permitiu o êxito final.
Título moral
O Fortaleza deu show na comemoração simbólica da conquista do primeiro turno. Se em campo o time deu o recado ao ganhar do Coritiba, fora de campo o recado da torcida foi maior pelo engajamento e participação. Marlon o melhor, seguido Marcinho, Ederson e Tinga. O time retomou o futebol positivo.
Apagão
Para não dizer que foi tudo perfeito no Leão, inadmissível o apagão que deu nos dez minutos finais do jogo, quando tomou um gol e quase cedeu o empate. Por pouco não estragou a festa. Desatenções assim não podem acontecer. Ficou a impressão que o time entra em pânico quando sofre “bombardeio aéreo”.
A lanterna mudou de mãos
Lisca fechou o Ceará e propôs o contra-ataque. Foi a opção. Missão para Juninho Quixadá. Deu certo. Juninho fez o belo gol da vitória (1 x 0). E ainda teve outro momento em que poderia ter servido Arthur que estava livre para marcar. Depois foi segurar o sufoco. E que sufoco! Segurou. Assim, vai subindo. Encaixou mais uma vitória importante. Saiu da lanterna. Agora o objetivo é sair da zona maldita.
É para comemorar. Á virtude do Ceará: defesa compacta, capaz de suportar todo tipo de pressão. Ótimo. A parte ruim: erros de passe em profusão, comprometendo a ligação ao ataque. As alterações com a entrada de Felipe Azevedo, Calyson e Reina não produziram efeito. Calyson ficou devendo. Mesmo assim, pela eficiência no combate, a vitória foi garantida. Os resultados após a contratação de Lisca estão satisfatórios. Já se vê uma luz no fim do túnel, embora enormes ainda os desafios. É para comemorar.