Tom Barros: Certame nos estertores

Por razões históricas e sentimentais, sou ardoroso defender dos campeonatos estaduais. Na minha infância o Campeonato Cearense foi para mim uma "Liga dos Campeões da Europa". Eu adolescente e depois já adulto, o "estadual" seguiu como competição maior. Com o tempo, a fragilização. Hoje, sobrevive. E sobrevive com extrema dificuldade. Os recentes imbróglios fazem ver o quanto há de improvisação. Estádios inadequados, documentação imprecisa de alguns clube, tudo incompatível com a exigência que se deve ter numa atividade profissional. Com público e renda minguados, desaba minha argumentação a favor dos "estaduais". Esse certame parece chegar aos estertores. Fortalecidos estão os que pregam a sua extinção.

Sustentação

O cenário do futebol cearense não se organiza como deveria, exceto poucos clubes. No momento somente sobrevive pela parceria com o Sistema Verdes Mares, que dá visibilidade aberta e ampla à competição. Se assim não fosse, certamente já teria sucumbido, restrito à meia dúzia de torcedores nos estádios.

Engano

Quando em 1967 começou a interiorização do futebol cearense com o ingresso do Guarany de Sobral, imaginei que o campeonato estadual seria ampliado como realmente foi. Mas até hoje a expansão não significou retorno financeiro. Se desse lucro, seria fácil refutar a ideia da extinção. Está dando exatamente o contrário.

Ficaram para trás

A transitoriedade de cidades do interior é visível. Exceto Juazeiro do Norte e Sobral, as demais oscilam, ora pela falta de estádio, ora pela falta de estrutura, ora pela desorganização, ora por todas essas coisas juntas. Sei que é complicado manter times no interior, mas com um pouco de organização seria mais fácil alcançar melhores parcerias.

Passaram

Que eu lembre, eis as cidades que já foram Série A cearense: Crato, Iguatu, Russas, Limoeiro do Norte, Uruburetama, Boa Viagem, Crateús, São Benedito e Trairi. Cito também Times da região metropolitana que já participaram, mas não se sustentaram na Série A: Maracanã, de Maracanaú, e Horizonte. Poderíamos ter uma situação bem melhor.

Data marcante

Hoje o apresentador Sebastião Belmino completa 51 anos de profissão. Sua carteira do Ministério do Trabalho foi assinada pelo superintendente dos Diários Associados no Ceará, saudoso Manuel Eduardo Pinheiro Campos. O Bel iniciou sua carreira na TV Ceará - Canal 2 (Rede Tupi). E segue brilhando hoje na TV Diário - Canal 22. Parabéns, caro amigo.

Os10 maiores

O ex-árbitro José Maria Silva mandou-me a lista dos jogadores que mais atuaram pelo Ferroviário na história do clube. Encabeça o zagueiro Manuelzinho, 403 jogos; zagueiro Nozinho, 388; atacante Doca, 338; Fernando, 328; meio-campista Coca-Cola, 324; zagueiro Lúcio Sabiá, 302; volante Paulo Adriano, 293; zagueiro Gomes, 284; atacante Jacinto, 283; meio-campista Cantarele, 282. Surpresa: Pacoti, o maior ídolo coral, não está no rol dos 10 que mais atuaram pelo Ferrão.

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