O Ceará esteve no alto. Embora de forma passageira, sentiu o gostinho de dormir na liderança. Dormiu. Passou. Hoje o sonho de subir para a Série A vai perdendo consistência. A derrota para o Náutico afastou ainda mais a chance de ascensão. A dura realidade confirma o que está à vista de todos: o Vozão tende mais a permanecer na Série B do que passar ao G-4. A possibilidade matemática contrasta com a produção. Aquela é contagem numérica, esta é grau de desempenho. O Ceará não revela força e talento maior que os concorrentes. Precisaria, como realmente precisa, de maior potencial para superá-los. Quando muito, nivela. Mas o nivelar por si não basta. Terá de ser maior. Precisa ser maior. Como não consegue, fica cada vez mais distante o sonho do G-4.
Demora
Compreensível a presença de Felipe Menezes no banco, já por falta de melhor condição física para entrar de início. Inaceitável, porém, a demora em manda-lo entrar. O meia Felipe, outrora a esperança na meia-cancha, hoje experimenta fase ruim. É lamentável ver tamanha queda de produção de um jogador tão bom.
Dupla
Quando Ciel foi contratado, imaginei uma dupla insinuante com ele e Bill. O tempo está passando e não vejo a concretização do que imaginei. Conclusão: até o momento, nem Ciel, nem Bill. E quando ambos estão em campo, como em momentos do jogo com o Náutico, os dois ficam distantes de um proveitoso diálogo. Cada um por si.
Não entendo
Substituição de jogador aos 40 minutos do segundo tempo eu só compreendo se for para gastar tempo quando o time está querendo segurar um resultado que lhe interessa. Uma contusão também justifica. Fora isso, quando o time precisa ganhar, caso do Ceará em Recife, substituição aos 40 minutos é curto circuito de treinador.
Imperdoável
Numa cobrança de escanteio, bola levantada na área do Ceará, que tem Charles, Ewerton Páscoa e o goleiro Everton, todos muito altos, é inaceitável ver Igor Rabello subir como subiu, concluir como concluiu, marcando o gol da vitória do Náutico aos 48 minutos do segundo tempo. Igor nem incomodado foi. É desanimador.
Pé-quente
Renan Vieira presidiu o Fortaleza e ganhou inédito tetra estadual em 2010. Nesse mesmo ano, como não subiu o Leão para a Série, sofreu muita pressão. Resultado: vítima da ingratidão, deixou o cargo. Mas jamais deixou de ajudar o clube. Agora mesmo nas articulações para 2017, tem sido voz marcante. Corrigir uma ingratidão seria um ato de grandeza dos tricolores.
Números. A situação do Ceará está mais delicada porque todos os times que estão à sua frente, além de terem melhor pontuação, também estão com maior número de vitórias (segundo critério de desempate). Bahia (5º, 49 pontos, 14 vitórias), Luverdense (6º, 49p,13v), Criciúma (7º, 46p,13v), CRB (8º, 46p, 13v), Brasil/RS (9º, 45p, 12v), Ceará (10º, 44p, 11v). Detalhe: o Vila Nova (11°, 43p, 12v) tem um jogo a menos e uma vitória a mais. Sonho de ascensão do Ceará complicou de vez.