Os certames estaduais, apesar do aspecto deficitário de agora, já foram a sensação das disputas nacionais. O charme do "Carioca", a riqueza do "Paulista", o romantismo do "Cearense". Mesmo sem o glamour de outrora, começa hoje o nosso campeonato. E esse sentimento de coisa nossa é que dá brilho e faz a diferença. Os "estaduais" são a origem de tudo, gênese e vida, primeiros tempos do que aí está, somatório de anos de aperfeiçoamento. Hoje, dos grandes, só debuta o Ferroviário. Iguatu, no seu próprio cenário, retorna após tantos anos de ausência. O Campeonato Cearense 2018 chega pleno de curiosidades. E certamente por isso mesmo há despertado notório interesse.
Retorno
Iguatu participou do Campeonato Cearense em 1996 e 1997. No ano de sua estreia, terminou em 10º lugar. No segundo ano de sua participação, também ficou em10º lugar. Hoje, pelo próprio progresso do município e compromisso com o esporte, dá sinais de que poderá fazer uma campanha bem melhor.
Objetivo
O técnico do Iguatu, Roberto Carlos, tem feito convincente trabalho. No elenco, Otacílio Neto, Michel, Elanardo, Canga, Albano, todos bem conhecidos. O acesso conquistado no ano passado e a boa campanha na Copa Fares Lopes são indicativos de que o time poderá ousar mais este ano.
Recordando
2009. Ceará entrando em campo no Castelão, no jogo em que festejava a subida para a Série A, após vitória (1 x 2) sobre a Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli em Campinas/SP. A partir da esquerda: Boiadeiro, Geraldo e Misael. Em 2016 Boiadeiro jogou no Vila Nova. Misael está na Ferroviária de Araraquara. Geraldo encerrou a carreira.
Preocupação
É natural a apreensão dos torcedores do Ferroviário, haja vista a qualidade técnica dos adversários que o Ferrão enfrentou no período de preparação: 4 a 0 no Paraipaba, 1 a 0 no Potiguar e 1 a 0 no Aquiraz, equipes que estão bem distantes do padrão Série A cearense. Há treinadores que preferem assim.
Opção
O técnico Coral, Carlos Rabelo, sabe da diferença de padrão citada no tópico ao lado. Os próprios atletas devem ter sido alertados para isso. Ainda bem no elenco há atletas experientes que não se surpreenderão. Cito, por exemplo, Erandir, Túlio, Mota e Valdeci, que fizeram parte do título de vice-campeão em 2017.
Montagem
Filinto Holanda foi eleito o melhor técnico do Campeonato Cearense em 2010, quando dirigiu o Horizonte. Agora tem a missão de formar o Guarani/J, após o desmonte da equipe. Em 2016 encarou situação muito semelhante no Itapipoca e deu-se bem. A tarefa presente me parece mais complicada. Boa sorte.
Mais tempo. O Fortaleza, porque tem calendário inicial apenas no Campeonato Cearense, certamente poderá tirar melhor proveito dessa condição. Um dos principais motivos: não se submeterá a desgastes. A concentração numa só disputa permitirá ao técnico Rogério Ceni, quando necessário, realizar os devidos ajustes sem os atropelos de quem se envolve em mais de uma competição. Mais tempo, pois, para alcançar a sintonia fina. Assim poderá chegar ao ponto ideal quando ingressar na Série B nacional 2018.