Tom Barros: Atletas e treinadores

O relacionamento interno nos clubes nem sempre é revelado na sua inteireza. Os bastidores escondem fatos incríveis. Lembro da discussão que quase afastou Romário da Copa de 1994. Num amistoso com a Alemanha em Porto Alegre, Romário viera da Holanda, onde atuava. Viajou 17 horas. Ficou no banco. De início entrou a dupla Careca e Bebeto. Romário, embora tenha entrado na fase final, protestou forte. Disse ao supervisor Zagalo que viera para ser titular. Zagalo comunicou ao técnico Parreira. Os dois decidiram não mais chamar Romário. Só quando o Brasil correu risco de ficar fora da Copa, Parreira cedeu. Chamou o Baixinho que deu show e classificou o Brasil na vitória (2 x 0) sobre o Uruguai, dois gols dele.

Pressão

Parreira, embora negue, cedeu às pressões. E só cedeu porque correu o risco de passar um vexame no Maracanã, logo diante do Uruguai com todos os fantasmas do Maracanazo de 1950. Imaginem só o Brasil sem Romário na Copa de 1994. Teria sido um desastre. Foi ele quem fez a diferença e trouxe o caneco.

Monstro

No início de sua carreira, Neymar criava problemas. Aí o técnico do Atlético/GO, Renê Simões, vendo a rebeldia do jovem contra o técnico do Santos, Dorival Junior, time pelo qual Neymar jogava, explodiu: "Estamos criando um monstro". Dorival caiu logo depois. A diretoria do Santos optou por Neymar.

Recordando

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Romário, hoje senador da República, jamais levou desaforo para casa. Assim quando jogador de futebol, assim agora no Senado. O Baixinho segue com sua personalidade forte. Na política surpreende pelas atitudes que assume. É o terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira. Assinalou cinquenta e cinco gols com a camisa Canarinho.

Confusão

Neymar criou caso aqui em Fortaleza, quando o Santos enfrentou o Ceará. Neymar, todo estrela, engrossou com João Marcos, que exercia sobre ele forte marcação. Agora há o caso Neymar/Cavani. Aí Muricy Ramalho culpou o técnico Unai Emery, do PSG, porque é na preleção que fica definido quem cobra pênalti.

No Ceará

Magno Alves novamente chamado por Chamusca. Esse Chamamento coloca um fim nas especulações sobre possível rompimento dos dois. Magno ficou na reserva um tempão. Se Magno atuar no próximo jogo, dificilmente se saberá se houve ou não forte estremecimento entre o técnico e o atacante.

Espera

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Há jogadores que estouram como Neymar e Romário. Outros, porém, optam pela paciência. Magno Alves está sendo assim. Agora poderá ter uma nova e merecida chance. Suportou um autêntico castigo. Queira Deus saiba Magno aproveitar bem, pois foi um pedido da torcida e da crônica.

A vaga. No Fortaleza houve uma troca de posição que foi trabalhada por Bonamigo e depois por Antonio Carlos Zago. Rodrigo Mancha foi para o lugar que era de Edimar, quando este se contundiu. Recuperado da contusão, Edimar não recuperou a posição. Se chiou, não sei. O que sei é que até Adalberto desfilou por ali como titular. Não vi de Mancha nenhum protesto. Não vi ninguém falar de estremecimento entre Zago e Edimar. Tudo passou na mais perfeita harmonia. Todos mansos e humildes de coração.