Tom Barros: As substituições

No futebol, momento delicado para o treinador é o da substituição de atletas. É aí que o tribunal de torcedores se reune e instantaneamente dá o veredicto. Sentença imediata. Se entender que o técnico acertou na mudança, aplausos; se entender que errou, vaia. A sentença condenatória pode vir também com um sonoro grito de "burro, burro, burro". Na apertada vitória do Ceará sobre o Londrina, Givanildo foi alvo desse "carinho" ao tirar Magno, quando Elton era quem estava perdido. Nas outras substituições, escapou ileso. Felipe Menezes entrou bem no lugar de Wallace e Pio substituiu Pedro Ken que estava exausto. A vitória alvinegra amenizou tudo. Mas Givanildo deve ficar mais atento na hora das substituições.

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Felipe Menezes mostrou mais uma vez que dita o ritmo. Ele é acusado de ser lento. Sim, mas compensa com passes precisos e organização de jogadas. Viram como nasceu o gol de Roberto? Com ele, a meu juízo, a meia-cancha do Ceará trabalha melhor. Entendo as opiniões contrárias, mas penso assim.

À vontade

Embora tenha entrado já na reta final da partida, o volante Pio mais uma vez se mostrou à vontade, jogando o que bem sabe. Nesta parte, melhor para Givanildo que fica com ótimas opções para o setor. Agora é aguardar a sintonia fina entre Magno Alves e Elton. Missão que Givanildo terá de resolver com inteligência.

Coleção de bolas

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O desembargador Jucid Peixoto do Amaral tem um hobby: colecionar bolas de países. Na sua estante, há bolas do Brasil, Estados Unidos, Portugal, França, Inglaterra, Itália, Espanha e Alemanha, dentre outros. Todas são bolas originais, compradas nos próprios países de origem. O desembargador gosta muito de futebol. Ter um hobby faz bem à saúde.

Escala

Costumo dizer que o jogador é quem se escala. Se mostrar serviço, como o técnico poderá deixá-lo fora? Vejam o baile de Jô, do Fortaleza. Foi o dono da construção da vitória tricolor sobre o Asa. Ele só não fez chover. Pergunto: obriga ou não o técnico Bonamigo a olhá-lo com mais atenção? Aguardem.

Exemplo

Outro caso concreto de jogador que se escalou: Rodrigo Mancha. Mostrando eficiência e versatilidade, ganhou espaço no time e subiu de conceito perante o treinador. Na medida em que se enquadrou na zaga, deixou claro que pode ser útil em vários setores. Assim o Fortaleza vai ajustando os compartimentos.

Recordando

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Década de 1969. Famoso zagueiro do Calouros do Ar, Aracati. O velho "Aracaca de Guerra". Ele dizia, em tom de brincadeira: "Time que tem Araca não perde". Só me lembro dele no Calouros. Não o vi defender outro time. Não era clássico, mas era eficiente, vigoroso. E leal. Morreu faz algum tempo. (Álbum de Elcias Ferreira).

Primeiro tempo. Não sei bem a razão, mas os nossos representantes nas Série B e C, Ceará e Fortaleza, cometeram pecado semelhante. Ambos fizeram primeiro tempo pífio diante do Londrina e do Asa, respectivamente. Só na segunda etapa produziram melhor. O futebol de hoje exige intensidade de ação durante toda a partida. É normal o time sofrer embotamento em alguns momentos do jogo. Só em alguns momentos. Passar um tempo (45 minutos e acréscimos) todo sem nada produzir é preocupante.