Tom Barros: Apoio irrestrito

Basta de pesadas críticas à Seleção Brasileira, quer a Olímpica, quer a que disputa as eliminatórias da Copa do Mundo. A fase transitória é difícil. Estamos saindo de humilhações continuadas em busca da retomada. Mas esta só será possível se houver o apoio irrestrito da torcida brasileira. Os momentos mais delicados são os de mudança de "safra". Quando a turma tri mundial de 1970 no México aposentou-se, o Brasil passou 24 anos sem título mundial. Depois que saiu de cena a geração Cafu, Roberto Carlos, Ronaldão, Rivaldo, Ronaldinho, que ganhou o penta em 2002, estamos há 14 anos sem títulos mundial. Se não houver compreensão da torcida brasileira para com a nova geração, certamente passaremos mais uns dez anos longe do primeiro lugar no pódio.

Exemplo

A seleção masculina olímpica do Brasil tem seus senões. Jogou mal nos empates com a África do Sul e com o Iraque. Aí foi massacrada pela crônica e impiedosamente vaiada pela torcida. Já na goleada sobre a Dinamarca, bastou espantar a pressão ao marcar 1 a 0, soltou-se de vez e mostrou talento. Mais compreensão, gente.

Herança

Esses meninos que estão chegando agora, Luan, Gabigol, Gabriel Jesus e companhia, não podem pagar pela herança maldita do fracasso na Copa 2014, pois não estavam lá. O torcedor erroneamente está trazendo para a Seleção Olímpica descabida pressão. É injusto transferir para esses jovens a frustração de terceiros.

Recordando

Década de 1970. Jogo do Fortaleza. A partir da esquerda: o atacante Geraldino Saravá, e o repórter Colombo Sá, que na época trabalhava para a Ceará Rádio Clube. Ele ainda hoje mantém no ar o seu programa "Não Dorme Ninguém - Clube dos Tetéus". Geraldino mora em Juazeiro do Norte. É o maior artilheiro do Castelão com 98 gols e o maior artilheiro do Romeirão (78 gols). Colaboração de Elcias Ferreira).

Cobertura

Os espaços nos jornais, rádios e televisões estão mais dedicados à cobertura da Olimpíada Rio 2016. É natural. Assim, os times Fortaleza e Ceará podem trabalhar distante dos holofotes. Quebra uma rotina. Para uns, essa mudança serve para reavaliação geral até mesmo no relacionamento clube/imprensa. Concordo.

Sentimento

Lamento muito a morte do radialista Juciê Cunha, pai do apresentador e comentarista Juciê Cunha Filho e do narrador Antero Neto. Eu conheci Juciê quando ele, ainda muito jovem, trabalhava no rádio de Juazeiro do Norte. Depois, há poucos anos, visitei-o em Aracati, onde ele morava e trabalhava. Resta a saudade. Pêsames à família.

Apoio

Quantas vezes escrevi sobre notáveis desempenhos que Sandro teve pelo Ceará. Houve uma época que foi unanimidade. Depois oscilou. Em alguns momentos jogou mal. Mas tem seu valor. Agora que fraturou a perna e passará quatro meses fora de ação, mando-lhe o meu apoio. Desejo que se supere e, antes do tempo previsto, volte a atuar. Boa sorte, Sandro!

Notas & notas. Nas décadas de 1940 e 1950, a Portuguesa de Desportos/SP, que hoje está ameaçada de cair para a Série D nacional, gozava de grande prestígio. Deu vários jogadores para a Seleção Brasileira principal: lateral-direito Djalma Santos, ponta-direita Julinho (um dos melhores do mundo), médio-volante Brandãozinho, ponta-esquerda Pinga, médio-volante Rubens, Nininho e Simão. A Portuguesa, no final dos anos 40, fez uma excursão invicta pela Europa. (Dados: Airton Fontenele).