Amigos, cuidado com as avaliações que são feitas sobre o futebol cearense. Essa gente tem razão quando critica, mas não tem razão quando exagera na crítica. Essa gente tem visto os campeonatos europeus, Copa das Confederações... Aí quer o impossível: ver os times da segunda e da terceira divisões do futebol brasileiro como se no milionário futebol do velho mundo. Vejam a diferença econômica e financeira, quando de um lado o Real Madrid e do outro o Ceará; quando de um lado o Barcelona e do outro o Fortaleza. Cristiano Ronaldo e Magno Alves. Messi e Lúcio Flávio. Cada qual, pois, no seu patamar. Não passa de análise delirante a feita pelos que olham o futebol cearense, querendo nele ver coisas do futebol europeu.
Série A
Ora, se não dá sequer para comparar as Séries B e C com a Série A do Brasil, como então querer nos times cearenses a velocidade, a automação tática e a preparação física do futebol europeu? Critiquem, pois. Podem criticar. É legítimo. Mas caiam na real. E no real. Diante do real, o euro é outro papo.
Explicação
Gosto de ouvir, após os jogos, as explicações dos técnicos. Bonamigo e Chamusca são espontâneos nessa hora. Givanildo era monossilábico. É o momento para se observar como eles leram a partida. Há cronista que não gosta quando a leitura do treinador não bate com sua leitura. Ora, não há donos da verdade.
Recordando
05.07. 2007. Assim se passaram dez anos... Belo arco-íris ornamenta treino do Ceará. A partir da esquerda, goleiros Ranier, Rodrigues, Adilson e Genivaldo. Ranier (27 anos) jogou no Maracanã, Ferroviário e Pacatuba. Rodrigues (41 anos) estava no Parnahyba em 2016. Adilson aposentou-se. Genivaldo (36 anos) está no Itabaiana.
Diferença
Se um técnico faz uma análise diferente da minha, pode ser que errado esteja eu. Se o treinador faz interpretação diferente da que foi feita pela torcida, pode ser que a torcida esteja errada. Questão de ponto de vista. Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Ora, presunção das presunções. Quem ouviu a voz de Deus?
Rotatividade
Detalhe relevante é a permanência dos jogadores por longo período nos times de fora. Já no Brasil virou desfile de malas prontas. O Fortaleza desmanchou quase todo o time de 2016. Já no Ceará tantos os atletas que chegam e foram embora que nem lembro os nomes deles. A rotatividade também compromete.
Por cima
Bruno Melo, ala do Fortaleza, saiu das vaias para os aplausos, da desconfiança para a aclamação, da indecisão para a eficiência. É a exceção das exceções. A maioria dos jogadores tem oscilado na produção. Há que se reconhecer, humildemente, as limitações de cada um. E buscar, como Bruno, a volta por cima.
Incógnita. A Copa do Nordeste, agora ameaçada no seu prestígio e consistência, jamais foi duradoura. Sob o nome de Nordestão, embrião da atual Copa, teve o auge no final da década de 1970. Depois se esvaziou como bola de soprar furada. Houve outras edições na tentativa de revitalizar tal competição. Coisa efêmera. Voltou há poucos anos com sinais animadores de que desta vez não mais acabaria. Ledo engano. Com a saídas dos pernambucanos, caminho aberto para futuras deserções.