Tom Barros: Alívio de tensões

O Fortaleza poderia ter vencido sem as agonias que passou. Bastaria ter transformado em gol as chances que teve com Pio e Anselmo no primeiro tempo. Apavorou-se ao tomar 1 a 0, gol de Niel, de pênalti, após precipitação de Leonardo Luís. Aí o Fortaleza expôs a fragilidade da defesa e da marcação na frente de sua área. Guto quase repetiu o erro grave que Edimar cometeu no jogo passado. Pior ainda quando sofreu 2 a 0, gol de Gaúcho. A reação tricolor veio pela garra e desespero. Flávio Araújo foi para o tudo ou nada com Juninho e Hudson. Leonardo Luís Redimiu-se e fez belo gol de cabeça (2 x 1). Pio, de falta, empatou com um canhão (2 x 2). E Jean Mota promoveu a virada (3 x 2), beneficiado por um desvio na zaga. Alívio de tensões. Um derrota sob vaias teria repercussão imprevisível.

Definido

Louvável a postura do Maranguape. Com modelo tático bem definido, criou embaraços para o Fortaleza. Maranguape se fechava, quando estava sem a bola, mas com ela e com os espaços disponíveis no campo tricolor imprimia contra-ataques, sempre acionando Niel e Nilsinho. Chegou a levar pânico à retaguarda do Leão.

Observações

Como fazem falta ao Fortaleza Corrêa, Daniel Sobralense e Everton. /// Juninho entrou bem, fazendo o que deve ser feito para romper bloqueios: dribles curtos e também "cavando" faltas perto da área. /// Theo, goleiro do Maranguape, fez a mais bela defesa do jogo em finalização de Anselmo. Lindo lance. Parabéns.

Recordando

16 de fevereiro de 2006. Há dez anos a torcida do Fortaleza recepcionava o novo contratado, volante Preto Casagrande. Carlos Eduardo Casagrande nasceu no dia 7 de maio de 1975 em Cascavel/PR. Está com 40 anos de idade. Começou no Vasco/RJ em 1994. Foi destaque no Santos, campeão brasileiro de 2004. Jogou no Fluminense, campeão carioca de 2005 e vice da Copa do Brasil. Encerrou a carreira em 2009 no Volta Redonda.

Estádio

Dos três times sem estádio em casa, dois deles sobraram e vão disputar o Torneio do Descenso: Itapipoca e Quixadá. Quando Perilão e Abilhão foram liberados, Itapipoca e Quixinha já estavam em grande desvantagem. Aí não foi mais possível tirar a diferença. Não vale o pretexto só dos estádios, claro, mas esse item pesou.

Mais bonitos

Na opinião dos componentes do Debate Bola (TV Diário) e dos torcedores (via internet) o mais bonito gol do certame cearense continua sendo o de Enercino, do Uniclinic, o que ele marcou de bicicleta. Em seguida o de Niel, do Maranguape (driblou meio time) e o de Luís Carlos do Guarany/S, num chute quase da linha divisória.

Especial

Ótima a retomada de Rafael Costa no Ceará. Em dois jogos, três gols. Nem parece que passou um tempo fora, tal a naturalidade com que dá sequência à produção positiva vinda de 2015. Entrou e logo fez a parte que lhe cabia numa afinação perfeita. A dupla Rafael e Bill poderá render muitos gols, numa parceria para lembrar Mota e Magno Alves há alguns anos.

Goleadas. A propósito de goleadas, vale lembrar a do Fortaleza por 11 x 2 sobre o Iracema pelo Campeonato Cearense em 10 de julho de 1938, quando Alemão (Fred Maehlmann), atacante tricolor, marcou oito gols (seis de cabeça), sendo até hoje o maior do campeonato cearense num só jogo. Fred era refugiado judeu que aqui chegou em 1938, fugindo da perseguição nazista. Residiu na Aldeota. No Bosque Eudoro Correia ele costumava fazer cooper ao lado de Airton Fontenele, que me passou esses detalhes.

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