Ouro olímpico: sonhos e frustrações

Leia a coluna de Tom Barros

Pelo andar da carruagem, já se vê novamente o quanto o Brasil ainda está longe das grandes potências no tocante à conquista de medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos. Isso não é nenhuma novidade. As conquistas brasileiras, na grande maioria, são resultado do esforço individual de atletas apaixonados. 

 Há incentivos governamentais. Há, sim. Mas não dá para comparar com o investimento feito pelos países que cuidam melhor de seus talentos e oferecem todo o suporte necessário à conquista do ouro. Então, as possibilidades desses países são muito superiores. Não há como comparar. 

No Brasil, há avanços significativos em várias modalidades. A ginástica artística, por exemplo, conquistou em Paris a medalha de bronze, feito inédito, notável. Isso seria inimaginável há alguns anos. Hoje é uma realidade. Rebeca Andrade e as demais companheiras ganharam o respeito e os aplausos do mundo.  

O futebol, que seria a certeza de medalha, ficou fora da Olimpíada no masculino. No feminino, só se classificou para as quartas de final, graças à vitória dos Estados Unidos sobre a Austrália. Uma campanha bem distante das glórias almejadas. Futebol caroneiro. 

CFO 

Em 2015, foi inaugurado em Fortaleza o Centro de Formação Olímpica. Um complexo moderno, bem ao lado do Castelão. O CFO é considerado o maior complexo esportivo do país. Visitei o CFO algumas vezes. Fiquei encantado com a dedicação dos profissionais que lá trabalham. 

Êxito 

Nove anos passaram. O CFO completará dez anos em 2025. Qual o resultado prático de tanto esforço? Quando os alunos que estudam no CFO alcançarão a excelência internacional? Quando estarão prontos para os desafios de alta performance das competições olímpicas e mundiais? 

Universidades 

Para alcançar o patamar olímpico, há necessidade de parcerias com universidades que aprimorem as qualidades técnicas dos atletas. Assim funciona nos países que investem nos esportes olímpicos. São estudos minuciosos sobre marcas e recordes. Isso demanda muito estudo e esforço, ora individual, ora coletivo. 

Tempo 

Qual o tempo necessário para a formação de um vencedor olímpico? Impossível dizer. Há muitos fatores. Primeiro, a vocação, o talento do atleta. A sua determinação em horas de treinamento, muitas vezes deixando de lado tudo. Além disso, buscar o local certo de preparação, com o que há de mais avançado no mundo. 

Prata 

Só dois cearenses conquistaram medalha olímpica. Márcio Araújo, jogador de vôlei, medalha de prata na Olimpíada de Pequim em 2008. Na época, formou dupla com o capixaba Fábio Luiz. A cearense Shelda Bedê ganhou duas medalhas de prata olímpicas: uma em Sidney no ano 2000 e outra em Atenas no ano 2004. Fez dupla com a carioca Adriana Behar.