Novos horizontes
O futebol cearense ainda não tem um time do interior campeão estadual em campo. Tem o Icasa com um título estadual, mas mediante ato administrativo que o fez campeão de 1992 ao lado do Fortaleza, Ceará e Tiradentes. Agora Guarany e Horizonte vislumbram a possibilidade de ganhar o título de 2010, caso um deles conquiste o primeiro turno. O Guarany, em 1970, ficou em terceiro lugar num triangular final que teve a participação de Ferroviário (campeão) e Ceará (vice). Naquele ano, o Guarany fez o jogo decisivo com o Ferrão. Mas na pontuação do torneio, acabou atrás do Ceará. Hoje, novos horizontes (sem trocadilho) estão aí. O Guarany tem a seu favor jogar em casa e um time mais maduro, com atletas experimentes em decisões. Mas o Horizonte, apesar de mais jovem, não faz muito arrancou um empate lá dentro. Nada de descartá-lo, pois.
Comandante
O meia Júnior Cearense é referência no Horizonte. A classificação alcançada tem tudo a ver com o belo futebol que Júnior vem jogando. Além disso, ele já assinalou seis gols. Bem, mas se o Guarany de Sobral impuser marcação especial sobre ele, saberá o Horizonte encontrar a alternativa ideal? Claro que o técnico Erasmo Forte deve ter o "chamado plano B", caso Júnior Cearense receba forte bloqueio. Afinal, Júnior é importante, mas não é único no grupo.
Vivência
No Horizonte há outros jogadores que já vivenciaram situações semelhantes às que vão experimentar logo mais. Cito alguns deles: Da Silva, Valter, Jackson, André Luís, Danúbio, Cristiano. /// No Guarany de Sobral há também um grupo que conhece bem os segredos dos jogos decisivos: o goleiro Jefferson (ontem aqui citado), Jean, Wanderley, Valdir Papel, Mazinho Lima, Garrinchinha. /// Num time que vai para decisão assim, é bom mesmo que haja equilíbrio na presença de jovens e veteranos. Aqueles pela força física e talento, estes pela maturidade e cabeça-fria. No índice de aproveitamento, os dois estão próximos: Guarany 63.64%; Horizonte, 60.61 %. Visível equilíbrio.
Juventude da Barra
Há quem questione a juventude coral como fator desfavorável na hora de uma grande decisão. Sim, é possível arguição assim. Talvez haja mesmo carência de um líder maduro para segurar os meninos nos momentos de dificuldade. Mas a juventude coral tem a seu favor saúde e velocidade. E talentos indiscutíveis como, por exemplo, Rafael, Felipe e Diego.
Leão no embalo
O Fortaleza cresceu na hora certa. Segurou a vaga na semifinal e entra com a força de saber ganhar título até quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. A dupla Tatu e Betinho danou-se a fazer gol. E a experiência de jogadores como Paulo Isidoro e Rinaldo chegou exatamente quando mais dela o Leão precisará. A experiência para dosar, serenar, conduzir. Isso poderá ter papel preponderante nos instantes de definição.
Retificação
O leitor Roberto Farias, carioca, torcedor do Botafogo, mora na Parquelândia em Fortaleza. Alertou-me sobre a grafia correta do nome do goleiro do Botafogo, cuja foto ontem publiquei: é Cao e não Cal como escrevi. Tem razão. Descobri que Dimas Filgueiras, nome indelével na história do Ceará, atuou ao lado de Cao no Bota em 1966: Cao, Dimas, Zé Carlos, Leônidas e Rildo; Nei, Sicupira e Parada; Jair, Paulista e Valdir. Técnico: Admildo Chirol.
Recordando
Conheci Paiva Filho na década de 1960, quando ele escrevia o Placar Suburbano no Jornal Correio do Ceará. Paiva pertence a uma família de desportistas, irmão dos ex-jogadores profissionais Zé Maria Paiva e Adão Paiva. Hoje, Paiva completa 69 anos de idade, 47 deles dedicados à sua atividade como repórter. Atualmente é assessor de imprensa da Fazenda Haras Claro (médico Cláudio Rocha).