Melhores técnicos
Três treinadores tiveram seu prestígio aumentado após a Série B nacional. Eles ganharam mais espaço na mídia: Dorival Júnior, Vadão e PC Gusmão. A imprensa de cada Estado cuidou de dar melhor projeção ao treinador do time de sua terra. Exemplo: no Rio Dorival Júnior, porque campeão antecipado, foi eleito o melhor. Em São Paulo, deu na cabeça Vadão, do Guarani. E, claro, aqui no Ceará o PC Gusmão ganhou disparado. De todos, fico com PC Gusmão. E explico: o Ceará não tinha o aporte financeiro de Vasco e Guarani. PC pegou o Vozão na zona de rebaixamento e iniciou a reação. Já Dorival e Vadão, desde o início da Série B, contaram com elenco definido e posição de destaque no G-4. O Ceará, pelo contrário, saiu praticamente do nada até obter a classificação. Daí o maior mérito de PC Gusmão.
Cautela
A responsabilidade de Jorge Mota, no atual momento tricolor, é muito grande. Certamente, como presidente do conselho deliberativo, deve ouvir centenas de opiniões a respeito do assunto. Mas, por dever de ofício, não pode se deixar influenciar por quem quer que seja. Terá de quebrar arestas, fazer o devido desconto, depurar informações, evitar distorções, enfim, ter o zelo natural para evitar novas dissensões. Até aqui, ele tem realizado bem esse trabalho.
Comparação
Quando o trabalho dos treinadores passa a ser alvo de análise, o elenco disponível tem de ser levado em consideração. Quem teve o melhor elenco foi Dorival Júnior, do Vasco. Assim mesmo, andou passando por alguns vexames inconcebíveis em pleno Maracanã. /// Vadão teve o segundo melhor elenco (não estou me referindo ao time, mas ao elenco) à sua disposição. Soube manter a regularidade até confirmar a vaga. /// PC Gusmão teve o elenco na conta do chá. Seu mérito foi exatamente saber utilizá-lo bem, mesmo diante de algumas limitações. Daí a diferença a favor de PV na comparação feita pelos torcedores. Já os jornalistas de São Paulo optaram por Vadão, o que não é nenhuma surpresa.
A foto oficial
Fiz colocações que poderiam ser interpretadas como sendo contra a foto oficial de uma equipe. Sou a favor. Taí a do Ceará. É importante porque registra a presença de todos: jogadores, diretores, assessores, colaboradores. Entendo, porém, que viva é a foto no estádio, com a ornamentação da torcida. A foto oficial é muito técnica. Já a do dia do jogo é pura emoção.
O quarto
Não falei sobre o técnico Artur Neto, do Atlético de Goiânia, que também subiu para a Série A. Artur, a despeito da ascensão, não alcançou o destaque de Dorival, Vadão e PC. O Atlético andou pendurado e também passou por alguns vexames. De qualquer forma, chegar em quarto lugar foi mérito dele. Talvez por isso mesmo a diretoria do Atlético-GO logo cuidou de renovar com Artur Neto, que lá ficará até o fim do Campeonato Brasileiro de 2010.
Especulações
O leitor deve estar preparado para o período de "chutes" tão comum quando a bola para de rolar. Nesse período de entre-safra, empresários menos escrupulosos costumam ligar para as redações. Nomes são liberados apenas para aparecer na mídia, como sinal de lembrança, mesmo que nenhum contato oficial com algum clube tenha sido mantido. Ao leitor caberá, portanto, descobrir onde há um fundo de verdade ou onde há mera especulação.
Recordando
Década de 90. A partir da esquerda: o então presidente do Fortaleza, coronel Leonel Alencar, e o técnico Arnaldo Lira. Detalhes: Leonel foi um dos melhores jogadores de futebol de salão que conheci. Anos depois, foi comandante do Corpo de Bombeiros. Quanto a Lira, um meia vibrante, que se doava em campo. Ótimo jogador. Depois abraçou com sucesso a carreira de treinador. (Acervo de Jurandy Neves).