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Antevisão

Avenidas e ruas como se fossem rios a correr para o Castelão. Multidão em festa continuada a aplaudir seus heróis. Sorriso em cada rosto, bandeira em cada mão. Crianças sobre os ombros dos pais, indicando a natural sucessão de sentimento e afeição pelo clube. Privilegiados os que forem ao estádio porque serão testemunhas oculares da comemoração esperada há 16 anos. A torcida do Ceará, de tão imensa, inundou a cidade de faixas, bandeiras e outras motivações. Para onde vira o olhar, lá está algo em preto e branco. Uma corrente unirá todos, os que conseguiram ingresso e os que terão de acompanhar pelo rádio ou televisão. Taí a antevisão que o cronista tem a respeito de Ceará x América hoje. Mas, fora da imaginação, a realidade. Todo respeito ao América, que tem por missão estragar a festa. Nada de menosprezar o visitante, pois.

Gol da vitória

Uma menção especial ao zagueiro Fabrício. O gol que ele marcou na Ponte Preta e que selou a subida do Ceará para a elite nacional apenas confirmou a sua fama de zagueiro artilheiro. É bom lembrar que no início da competição, quando o ataque do Ceará ficou bom tempo a dever, Fabrício assinalou também gols importantes. Detalhe que merece citação: ele, quando aqui chegou, demorou um pouco a se firmar. Entretanto, quando o fez, revelou eficiência total.

"É bom ter o reconhecimento do torcedor. Fica o sentimento de missão cumprida".

Boiadeiro
Ala do Ceará

A despedida

Longe de sua torcida, o Fortaleza experimentará a desagradável experiência de deixar a Série B, caindo para uma série menor. O Leão, que por duas vezes chegou bonito à Série A, terá agora de começar tudo outra vez, do zero. As subidas foram memoráveis: em 2002, o Fortaleza foi vice-campeão; em 2004, repetiu o feito. Ora, quem conhece o caminho que leva à Série A, tendo por ele palmilhado duas vezes, rápido poderá voltar à elite. Mas terá de fazer séria correção de rumo.

Ambiente interno

O primeiro passo para dar ao Fortaleza sustentação capaz de remetê-lo de volta à Série B será a união de dirigentes que marcaram época como Raimundo Delfino e Ribamar Bezerra, dentre outros. Divergências internas a nada conduzirão. O episódio dos cartazes lançados contra Lúcio Bonfim pegou mal. Conclusão: a desunião dos jogadores refletia a desunião que existia no alto. Ora, falta de compromisso tão forte teria de resultar no que resultou: descenso. Hora, pois, de revisão de conceitos.

Técnicos

Num semestre muita coisa muda no futebol. Mirandinha foi eleito o melhor técnico do Campeonato Cearense porque ganhou o título. E ganhou com mérito. Tempos depois, foi defenestrado. /// No atual semestre, o nome é PC Gusmão, que na verdade deu um baile. Sabe lá o que é fazer subir para a Série A um alvinegro que há 16 anos penava na fila da B? /// Flávio Araújo também foi destaque neste semestre. Flávio foi o PC Gusmão do Cariri. Pegou o Icasa desacreditado e o fez subir para a Série B.

"É lamentável buscar alternativa de estádio em outro município por falta de apoio em Quixadá".

Walmir Araújo
Presidente do Quixadá

Recordando

Década de 70. Dois zagueiros do Ceará: Gilberto (E) e Moraes. Observem o uniforme de treinamento do Ceará. Apesar da camisa tradicional, não havia o escudo do time. Moraes era um zagueiro-central muito alto, tipo xerifão. Não recordo as características do Gilberto. Após encerrar a carreira, não mais soube o destino desses dois atletas alvinegros. (Acervo de Elcias Ferreira).