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Apoteótica recepção alvinegra

Um feito inesquecível: o ascensão do Ceará marca o reencontro alvinegro com o seu destino de vanguarda, ousadia e superação. Voltar a Série A parecia utopia. Há alguns anos, predominava a política da resignação, ou seja, ficar na "B" já seria grande coisa. Mas com o presidente Evandro Leitão a filosofia da mesmice cedeu espaço ao arrojado planejamento de voltar à primeira divisão nacional. Time na lanterna, sob vaias e humilhações. PC Gusmão chegou. Mudou. Quebrou tabus. Espantou fantasmas. Uniu o grupo, dentro e fora de campo. Iniciou a subida que culminou com o sucesso da classificação. Sábado, o sonho virou realidade. Lágrimas, foguetório, comemoração. Ceará na elite. Jogadores recebidos como heróis. Sair da lanterna para ocupar lugar entre os mais expressivos times do Brasil é fantástico. Torcida show na apoteótica recepção.

Exemplo

A importância de Geraldo na liderança em campo merece destaque. Mas seria injusto citá-lo apenas, pois herói é o grupo todo. Homenagens a Lopes, Bonan, Adilson, Boiadeiro, Arlindo Maracanã, André, Fábio Vidal, Thyago, Fabrício, Anderson, Erivélton, Michel, João Marcos, Careca, Jardel, Heleno, Alex Gaibu, Esley, Jorge Henrique, Reinaldo, Luisinho, Mota, Sérgio Alves, Misael, Preto, Marcelo Brás, Rômulo e Wellington Amorim. Menção a Acácio, Jorginho e Jurandir Jr.

Bravura

"Quem esteve na lanterna e chega na condição de vice. Esses rapazes são uns heróis".
PC Gusmão
Técnico do Ceará

Novo desafio

Foram 16 anos de espera. Agora que o retorno à Série A está assegurado, vem o novo e mais sério desafio: tornar permanente a presença alvinegra na elite nacional. Isso exigirá do Ceará ousado projeto de manutenção no privilegiado patamar da primeira divisão brasileira. O Ceará tem condições de investimento para alcançar tal objetivo. A imensa torcida alvinegra, que pode ficar entre aos quatro maiores do Brasil, será um respaldo a mais. Tudo deverá começar já no "Estadual".

Em momentos assim

Como esquecer, nestas horas de comemoração, nomes ligados por laços de eternidade às conquistas alvinegras? Gildo, eterno ídolo, vibrou em casa com o Netinho. /// Dimas Filgueiras, técnico que tem até agora o mais importante título nacional do Ceará (vice da Copa do Brasil 94), uma vida no clube. /// Castelinho Camurça, força moral no Vozão. /// Franzé, Eulino, Antonio Goes, Euler Pontes, Ernando Uchoa Lima. /// Saudosos Zé Lino, Elias Bachá, Fernando Façanha. /// Falta espaço para citar todos.

Futuro

Não adianta ao Fortaleza caça às bruxas. Adiante olhar o futuro e traçar a viagem de volta à Série B. Os graves erros deste ano só devem ser lembrados para evitar tropeços na mesma pedra. Quem, há poucos anos soube duas vezes subir para a Série A, não terá dificuldade para projetar vitórias na Série C. Primeiro passo: união. Com divergências internas novas amarguras virão. Se quiser lição simples na Série C, vejam como o Icasa, de Zacarias Silva, chegou lá este ano. Subiu. Tem de começar agora.

"Hoje se tem um Ceará completamente unido. Daí a vitória. Jogadores e diretoria".
Evandro Leitão
Presidente alvinegro

Recordando

Década de 70. William Pontes (E), então técnico do Ceará, recebe no Aeroporto Pinto Martins o jogador Gilberto Gaúcho, que chegara para o alvinegro. William também fez história no Ceará. Como lateral-direito, participou do famoso tricampeonato de 1961/62/63. Antes, William também fora tricampeão cearense (1956 pelo Gentilândia e 1957/58 pelo Ceará). Foto pertencente ao acervo de Jurandy Neves.