Boa folga
São oito pontos de diferença a favor do Ceará com relação ao Figueirense, quinto colocado. Margem muito boa para trabalhar, mesmo levando em conta possíveis tropeços. Faltando seis jogos, o Ceará recebe no Castelão Bragantino-SP, Guarani-SP e América-RN. Nenhum jogo fácil. O Bragantino, de olho no G-4, goleou o Fortaleza (4 a 1). O Guarani, que é vice-líder e ainda pensa no título, ganhou do ABC (1 a 0). O América, para surpresa geral, fez um estrago na Portuguesa (4 a 0). Independente da posição dos adversários, todo jogo está se tornando imprevisível. Quanto aos jogos fora de casa, o Ceará vai a Minas Gerais pegar um Ipatinga que demitiu o técnico Emerson Ávila, teve o atacante Marcelo Ramos vaiado na derrota passada e não contará com o lateral Marinho Donizete. Depois, enfrentará o Atlético-GO e a Ponte Preta. O Ceará precisa apenas manter a boa margem. E tudo mais virá por acréscimo.
Advertência
Vocês viram o que há alguns dias o Santo André fez com o poderoso Palmeiras? Meteu 2 a 0. E o que o América, então na zona de rebaixamento, fez com a Portuguesa? Meteu 4 a 0. Exatamente aí o América saiu da zona. Portanto, nada de subestimar os times que estão na pior. Eles estão sendo capazes de proezas incríveis.
Desconto
Procede o argumento que pede transigência na análise da produção do Ceará no segundo tempo diante do Duque de Caxias. O alvinegro ficou com um jogador a menos logo no início da fase final e estava desfalcado de atletas fundamentais como João Marcos, Wellington Amorim e Mota. Tudo bem. Passou. Serve de experiência para a próxima.
Pés demais
Houve quem ficasse impressionado com os gols perdidos por Misael e Preto. Muito mais impressionado fiquei com o último lance do jogo Ceará 1 x 0 Duque de Caxias. Bola na área do Ceará. Aí foram tantos pés querendo ao mesmo tempo alcançá-la que a bola resolveu caprichosamente escapar de todos eles. Foi um instante da pura pelada brasileira, ao estilo dos rachas da pracinha da Gentilândia.
Paulistas
Cuidado com a arbitragem, quando o adversário é paulista. Não se trata de marcação. São casos concretos. Diante da Portuguesa o árbitro Jailson Freitas marcou pênalti inexistente de Heleno em Zé Carlos. A Portuguesa ganhou (1 a 0).
"Caseiros"
Não digo que sejam árbitros desonestos. Prefiro entendê-los "caseiros", que não suportam pressão, segundo a nomenclatura usada pelo ex-Fifa e crítico de arbitragem, Dacildo Mourão.
Divisão
A torcida do Fortaleza revela-se dividida entre os que já enrolaram bandeira e os que ainda sonham com a reação final para livrar-se do rebaixamento.
Realidade
Enquanto houver possibilidade matemática e o time depender apenas de si, entendo que correto é manter a esperança. O futebol tem muito de lógica, mas também tem muito de coisas inacreditáveis. Por isso os tricolores devem seguir na luta, a despeito de toda situação desfavorável.
Lógica
Dizem que o futebol não tem lógica. Tem sim. Vez por outra a lógica cede espaço à zebra. Mas isso fica no rol das exceções. Vejam bem: a lógica aponta um Vasco da Gama já com passaporte pronto para a Série A. São 66 pontos e 19 vitórias dos vascaínos. Alguém acredita que o Vasco perca a vaga? Claro que ninguém acredita.
A zebra
Agora a pergunta é: alguém acredita que o Fortaleza, cheio de problemas como está, tenha condições de ganhar do Vasco da Gama? Resposta simples: pode ser. Volto ao mote do primeiro tópico: vejam o que Santo André fez com o poderoso Palmeiras; vejam o que o América fez com a Portuguesa.
Proporções
Embora se respeitando as devidas diferenças e proporções, não se pode descartar vitória do Fortaleza sobre Vasco, sábado próximo, apesar de todas as evidências contrárias. Isso faz parte do futebol.
Retorno
Resta agora saber se a conversa de Luiz Carlos com os companheiros com quem se estranhou apagou de vez ressentimentos e mágoas. Avaliação verdadeira somente será possível quando a bola rolar.
Recordando
Pelé completou 69 anos de idade sexta-feira passada. Aí está ao lado do senador do Tasso Jereissati. A foto foi batida há alguns anos, quando Tasso era governador do Ceará. Conheci Pelé em 1958, pouco tempo depois de ele ter conquistado a Copa do Mundo na Suécia. (Colaboração de Ricardo Amorim).
"Precisamos pensar exclusivamente no Vasco porque a Série B ainda não terminou".
Dorival Júnior, descartando conversa sobre renovação
Técnico do time carioca