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Reações diferentes

No Debate Bola de domingo passado pude avaliar, pelas mensagens recebidas, o grau de insatisfação da torcida do Fortaleza. Mas notei dois tipos de manifestação: a dos mais revoltados, agressiva e cheia de rancor, e a dos mais sensatos, que entendem ser hora de união de esforços. Quero acreditar que o segundo grupo, o mais moderado, está correto. Não será com palavrões ou atitudes agressivas que o tricolor solucionará seu problema. Grave crise. E, quanto mais ameaça ou discussão, piores as conseqüências. Todos estão atônitos: torcida, diretoria, comissão técnica e jogadores. Até mesmo os analistas estão sem condições de indicar novos rumos, tal o quadro confuso gerado por um time desarrumado em plena competição. Esses dois jogos fora serão essenciais na avaliação sobre o futuro tricolor na Série B. O Duque de Caxias está tão em crise quanto o tricolor. E o Juventude só um pouco mais acima.

Avaliação

O Duque de Caxias perdeu seus dois últimos jogos em casa, no Rio. Perdeu para o Campinense por goleada (1 x 4) e para o Bragantino (0 x 1). Também sofreu goleada aplicada pela Ponte Preta em Campinas (4 a 1), perdeu para o Vila Nova em Goiânia (3 a 2) e obteve um empate com o Juventude (0 x 0) em Caxias do Sul. Nada de vitória, pois.

Sem medo

Pelo retrospecto, o Duque de Caxias não deveria causar temores ao Leão. O problema é que o Fortaleza está complicado diante de suas próprias dificuldades internas. Há quem entenda ser até bom o Fortaleza jogar longe de sua torcida, pois não sentirá a pressão direta senão apenas a decorrente da exigência profissional.

Expectativa

Elton entrou bem no Fortaleza. É esperança de mudança para melhor. Renan entrou mal. Ficou em dívida para com a torcida. Mas não se pode queimar um atleta por apenas uma partida. Além de tudo, existia o clima de tensão e cada jogador tem uma reação diferente. Elton não sentiu; Renan sentiu muito.

Diretos

Duque de Caxias e Juventude, os dois adversários do Leão (hoje e sábado respectivamente) são seus concorrentes diretos porque o primeiro na zona e o segundo bem vizinho à zona. Se o Fortaleza ganhar as duas, chegará aos 29 pontos. Aí, sim, estaria iniciada a reação.

Descrença

Pelas circunstâncias, poucos acreditam em duas seguidas vitórias do Fortaleza fora de casa. Raciocínio simples: se o time não conseguiu sequer ganhar do lanterna ABC dentro do Castelão, como ganhar de Duque de Caxias e Juventude? No futebol tudo é possível.

Vantagem

Consolidar sua posição no G-4 é tarefa do Ceará nestas duas partidas que fará em casa: hoje diante do Vila Nova (12º) e sábado diante do Paraná (14º). Pretensão de ganhar seis pontos é palpável. Mas requer alguns cuidados. O primeiro deles: evitar a euforia.

Aproximação

Ninguém pode perder de vista os times que estão chegando e colocando em risco a posição do Ceará no G-4. São eles: São Caetano e Portuguesa. Mas ambos têm jogos difíceis. O São Caetano pega o Vasco da Gama e a Portuguesa pega a Ponte Preta. Teoricamente, o adversário do Ceará é mais fácil.

É fogo

Um dos trunfos do Ceará é ter força no banco de reservas. O substituto pode até não ter o mesmo desempenho do titular, mas chega perto. Foi assim nas ausência de Fabrício e Michel, quando Anderson e Careca assumiram as funções. O Ceará seguiu produzindo bem. Da mesma forma será agora com as necessárias alterações, haja vista as punições impostas a Boiadeiro, Anderson e Michel.

Campanha

O Vila Nova alternou bons e maus resultados nos últimos cinco jogos. Em casa, perdeu para o Ipatinga (0 x 2). Em cada empatou com o Brasiliense (0 a 0). Em compensação, foi a São Paulo e ganhou da Portuguesa (1 x 2). Perdeu (fora) para o São Caetano (3 a 1) e em casa ganhou do Duque de caxias (3 x 2) no sufoco, com o gol da vitória acontecendo somente aos 41 minutos do segundo tempo. Portanto, um time de produção bastante irregular.

Margem

O Ceará precisa ampliar a margem que o separa dos concorrentes. A margem de três pontos é mínima porque não permite sequer uma derrota.

Recordando

1960. Time do Colégio Cearense. A partir da esquerda (em pé): Prof. Moura (treinador), Toinho Montenegro, Haroldo, Ednilton, Junior Ferrim, Raul Santos e Olavo. Na mesma ordem (agachados): ?, ? , Cristiano Monteiro, Cristiano Santos, Cláudio Fernandes e Diniz. Quem identifica os dois que faltam?

"Quem fatura alto são os intermediários do esporte: empresários de jogadores e a TV".
Luiz Gonzaga Belluzzo, mostrando que os clubes faturam baixo
Presidente do Palmeiras