Semblante
Quando a câmera da televisão mostrou o rosto do atacante Geraldo, após a perda do pênalti, senti piedade dele. Estampado estava o semblante de quem reconhecia ter desperdiçado ali todo o esforço de uma brilhante reação. Ele ficou como quem não acredita no que está vendo. A chance do empate foi para o espaço já nos acréscimos. E consumou um derrota que poderia ter sido evitada. O Ceará foi parcimonioso no primeiro tempo. O Ceará foi perfeito, guerreiro, valente, na fase final. Nem as expulsões de Anderson e Boiadeiro reduziram o brio de quem se dispusera a tirar a diferença de 2 a 0. Geraldo diminuiu para 2 a 1. O Ceará apertou o Figueirense e somente não empatou por estas situações inexplicáveis do futebol. De qualquer forma restou a imagem de uma equipe que não se intimida mesmo diante de todas as adversidades. Não há se ser nada. Faz parte do jogo.
Substituições
Feliz PC Gusmão nas substituições processadas. Jorge Henrique impressiona quando entra. O time cresce com ele. A proposta de PC ao colocar Esley no lugar de Michel foi clara: tornar o time mais ofensivo. A despeito dos problemas das expulsões, funcionou o objetivo do treinador. O Ceará teve tudo para chegar ao empate.
Volta por cima
Geraldo não tem de ficar cabisbaixo pelo pênalti perdido. Pode e deve lamentar, mas nunca aceitar abatimento interior. Perder pênalti está na história de todos os ídolos. Mas vale a lição. A primeira delas: não ter pressa ao bater, nem que esteja o jogo nos acréscimos. Não ter pressa ainda que algum defensor adversário catimbe. Maior concentração. E pronto. Volta por cima.
Posição
Se tivesse empatado, o Ceará teria ficado na mesma posição (4º colocado), mas com um ponto a mais. Entretanto, teria evitado que o Figueirense se aproximasse tanto, pois os catarinenses teriam ficado com 33 pontos. Nesta altura do certame, importante não é concentrar atenções apenas no grupo da frente, mas também nos times que estão chegando.
Ausência
Ficou evidente a importância de Mota como homem de finalização. As chances surgidas (algumas no primeiro tempo) foram desperdiçadas em razão de um drible a mais ou de uma demora no cálculo do tempo para finalizar. Com Mota tudo é mais rápido. Ausência sentida. Rômulo jogou bem. Mas a característica é diferente. Rômulo joga um pouco mais atrás. Mota está sempre na zona de conclusão, sempre criando embaraços para as defesas adversárias.
Tormento
Não encontro explicações para o que está acontecendo com o Fortaleza. Talvez o desespero esteja provocando embotamento antecipado. O time entra assustado, desconfia de suas forças e acusa o golpe de um gol sofrido como se ali estivesse a derrota definitiva. Foi assim no empate com o ABC.
Resultado
Por mais paradoxal que pareça o resultado ainda terminou sendo de bom tamanho. O ABC mereceu ganhar pelo que fez e produziu (além dos três gols, mandou três bolas na trave do Leão).
Reforços
É difícil cobrar desempenho imediato dos que estão entrando de forma emergencial como Elton, Paulo Paraíba e Renan. Tudo ainda está muito confuso, em busca de definição. Os jogadores que chegam não pode se sentir à vontade, ora pela falta de entrosamento, ora pela pressão sofrida. É sempre muito complicado ajustar time em pleno transcorrer do certame.
Medidas
Tudo o que está sendo possível fazer o Fortaleza tem feito. Contratou. Mexeu. Mudou. A resposta, em circunstâncias assim, demora. É exatamente o que está acontecendo. Mas o time não pode perder a esperança. Isso será primordial.
TV Diário
O presidente Lula, na recente visita a Fortaleza, destacou a importância da TV Diário com programação regional, principalmente por não depender das redes nacionais. Elogiou a qualidade da emissora e, numa conversa entre amigos, disse que em Brasília viu jogos de times cearenses através das transmissões da TV do Nordeste. Palavra de presidente.
Recordando
Neste meus 44anos anos de batente tenho tido no telejornalismo vários tipos de diretores. Conheço diretores competentes que, mesmo com equipe pequena, conseguem qualidade e ótimos índices de audiência. E conheço também diretores incompetentes que, embora com equipe de alto nível, emperram a produção e derrubam a audiência porque tolhem e intimidam seus comandados, ora pelo medo, ora pela velada ameaça de demissão. Sobre os incompetentes observei em todos uma característica bem comum: no íntimo, eles incorporam o espírito do Bozó, conhecido personagem de Chico Anísio na Globo.
"Estou sem palavras. É um momento fantástico. Estou em busca do título 2009".
Rubinho Barrichello, após ganhar o GP de Monza
Brasileiro da Brawn (Fórmula 1)