Esperança de gol
O motivo principal da expectativa em torno da estréia de Mota é a carência de gols no Ceará. O time cria mil situações, mas na hora de convertê-las há extrema dificuldade. Mota pode ser a solução. É a esperança. Por onde passou, deixou a marca de sua vocação. Assim no Ceará (na primeira passagem), no Cruzeiro, na Coréia. É grande a responsabilidade que lhe está sendo atribuída. Mas, com sua experiência internacional, cuidará bem da difícil missão. Os gols por certo virão com a natural desenvoltura de quem, desde criança, nos campinhos de várzea, aprendeu a marcá-los. E depois danou-se a marcá-los pelos estádios do mundo.
Resultados
O início da 19ª rodada foi bom para o Ceará. O empate da Portuguesa manteve a Lusa a dois pontos do Vozão. A derrota do Atlético/GO para o Bahia não permitiu que os goianos abrissem distância. Agora é torcer por empate no Figueirense x São Caetano e por tropeço da Ponte diante do Duque. Mas, claro, o Ceará terá de fazer a sua parte.
Recado
O empate da Portuguesa com o lanterna Campinense (3 a 3) é motivo de advertência para o returno. Os que estão na parte baixa da tabela vão começar a complicar. Pressão para fugir do rebaixamento. Lembrete: o Fortaleza deixou de subir para a Série A em 2007 exatamente porque perdeu pontos para Remo e Ituano, que estavam na zona de rebaixamento.
Contusões
No returno, os jogadores sentem mais as exigências físicas em decorrência dos esforços na primeira fase. Aumenta o número de lesões. Daí, para alcançar a classificação, a importância de um banco à altura do time principal.
Templo
CBF leva para o Maracanã o jogo Vasco x Ceará, que seria disputado no dia 28 de agosto em São Januário. A luta do Vasco pela liderança e a ótima campanha do Ceará determinaram a transferência. Motivo simples: nas duas últimas partidas, mais de cinco mil torcedores ficaram fora do estádio vascaíno em razão da superlotação.
Melhor
Para o alvinegro cearense será melhor ou pior jogar no Maracanã? Bem, levando-se em conta a pressão da torcida, o Maracanã é neutro. Em São Januário a torcida fica em cima, incomoda. No Maracanã o público fica bem mais distante. Não resta dúvida de que o Vasco da Gama é o favorito, mas isso não descarta a possibilidade de surpresa do Vozão.
Grupo
O Fortaleza, no seu jogo de sábado, terá que ser comandado mesmo pelos próprios jogadores em campo, porquanto o novo treinador pouco saberá do grupo, já pela falta de tempo. Muitas vezes, há situações em que os atletas resolvem. Basta um líder assumir a eventual condição de apontar os caminhos. Nesse caso, Marcelo Nicácio, pela experiência, poderia ser o nome ideal.
Nomes
Gilmack, Wanderley, Marcelo Nicácio, Luiz Carlos, Bambam, Rogerinho, Bismarck, Coutinho, Cristian, Eusébio, Guto sabem ou não jogar futebol? Sabem, sim. Com mais alguns reforços, o Fortaleza certamente sairá da ameaça de rebaixamento. O Leão precisa s acertar a defesa e melhorar o combate a partir da intermediária. A partir daí, a consistência virá por acréscimo, em curto espaço de tempo.
Problemas demais Não sei como o técnico Gilmar Silva conseguirá contornar tantos problemas na Barra. Desde que teve de fazer, de ônibus, a viagem a Aracaju, os percalços aumentaram no caminho coral. De repente, virou contra o que parecia a favor. Aí vieram Cansaço, cartão, contusão, indisciplina, tudo num tempo só. Incrível.
Liderança
Como citei no caso do Fortaleza, que pode se valer da experiência de Marcelo Nicácio nesta fase de transição, também o técnico Gilmar Silva poderá no Ferroviário fazer valer a experiência do goleiro Jefferson na hora de segurar a barra em campo. Ser líder em campo tem grande valia.
Vírus
Pela vantagem que tem, o Sergipe poderá de forma inconsciente se deixar dominar pelo perigoso e traiçoeiro "já ganhou". Esse vírus do futebol contamina mais que a gripe suína. Os paciente de maior risco são exatamente os time que têm significativa vantagem.
Recordando
Final da década de 50. Uma das boas formações do Calouros do Ar, quando ainda integrava a primeira divisão cearense e pertencia à Base Aérea de Fortaleza. A partir da esquerda (em pé): Chinês, Linha Fina, Jesus, Jairo, Coité e Pedrinho. Na mesma ordem (agachados): Evilásio, Zezinho, Edilson Araújo, Luciano e Beto. Observações: aí estão alguns jogadores que tinham conquistado com o Calouros o título de campeão cearense em 1955. Anos depois, Edilson Araújo brilhou no Ferroviário e no Ceará. Luciano também teve boa passagem pelo time de Porangabuçu. Lamentavelmente, o Calouros nunca mais voltou para a primeira divisão.
"A reação do Fortaleza tem de começar já agora. Aliás, era para ter sido ontem."
Djacir Almeida Josué (Cizinho)
Colaborador