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Corredor da degola

No Brasil treinador vive na corda bamba. Larga é a porta que leva às demissões. Por ela passam técnicos famosos ou não. Regra simples: se perder três jogos, queda. Assim, de Wanderley Luxemburgo a Argel Fucks; de Muricy Ramalho a Roberto Cavalo. Todos com o mesmo destino: rua. Elevado o número dos já demitidos: Gilson Kleina (Vila Nova), Heriberto da Cunha (ABC/RN), Zé Teodoro (Ceará), Mirandinha (Fortaleza), Gilmar Iser (Juventude), Ferdinando Teixeira (Campinense). Detalhe: Zé Teodoro, que caíra do Ceará, agora caiu também do Juventude. Lista começara com Sérgio Soares (São Caetano) e chegou a Alexandre Gallo (Bahia). Hoje, técnico de futebol tem de ser andarilho porque de cidade em cidade. Se não tiver nervos de aço, melhor nem entrar. Não sei quantos técnicos já foram demitidos em todas as séries, mas de uma coisa tenho certeza: já há mais uma porção deles no corredor da degola.

Vitórias

Parte da imprensa do Sul/Sudeste quis a queda do técnico da Seleção Brasileira, Dunga. O que manteve no cargo o treinador da Canarinho foi a liderança nas eliminatórias, o título da Copa das Confederações e a retomada da liderança no ranking da Fifa. Ganhou, ficou.

Tempo

Giba e PC Gusmão têm bom tempo para trabalhar. Ainda estão na fase dos ajustes. Não podem ser cobrados na totalidade. E seria até injusto se sofressem pressão agora. Entretanto, eles sabem que terão de encurtar o espaço para o aperfeiçoamento definitivo.

Aviso

Quando Muricy Ramalho foi demitido do São Paulo, estava neste ano com 35 partidas, 17 vitórias, nove empates e nove derrotas. Aproveitamento de 47,6%. Pesou para sua saída as eliminações na semifinal do Campeonato Paulista e nas quartas da Copa Libertadores. Incrível exigência da torcida para quem tinha o título de tri brasileiro.

Aviso II

Wanderley Luxemburgo, quando foi demitido do Palmeiras tinha no ano a seu favor um balanço de 38 jogos, 20 vitórias, 11 empates e apenas sete derrotas (aproveitamento de 62,2%.). Nem isso adiantou. Caiu assim mesmo.

Aperto

Os treinadores, mesmo quando os bons ventos sopram, sabem que a margem de segurança deles não comporta mais que três ou quatro derrotas seguidas, ainda que antes tenham conquistado títulos e triunfos consecutivos. A moeda de troca é a do momento. Cruzado velho já era...

Problemas

Problema de PC Gusmão: encontrar o homem certo para assinalar gols. André? Sérgio Alves? Misael, Preto, Wellington Amorim? Problema de Giba: fazer a meia-cancha tricolor funcionar bem. Assim poderá novamente ter um ataque goleador. Voltar a acreditar em Guto e Bismarck? Pode ser.

Turbulência

O presidente do Ferroviário, Paulo Wagner, já foi festejado pelo torcida como dirigente zeloso e competente. Mas, de certa época para cá, divergências internas revelaram ambiente não tão tranqüilo na Barra. Diretores pediram para sair. E Paulo, de repente, viu mudar a imagem de sua gestão.

Alerta

A orquestração contra o presidente coral encontrou combustível na derrota para o Alecrim na Barra do Ceará. Se Paulo não fizer correção de rumo, terá mais complicações em caso de nova derrota, domingo, diante do Treze na Paraíba.

Mensagem

De Marcelo Paiva (mmljmg@hotmail.com): ´O problema da meia-cancha tricolor está no preconceito contra o jogador da terra. Temos Bismark à disposição, mas ele não tem a seqüência necessária para desenvolver seu bom futebol. Uma pena. É mais um talento deixado de lado.´

Mensagem II

De Estelo Firmino de Sousa (estelofirmino@hotmail.com): ´Caro Tom, você me desculpe, mas esse jogo de sábado não foi só uma baba: foi muito pior. Acho até que, se no subúrbio houvesse algum gramado igual ao do Castelão, com certeza teríamos visto um jogo melhor que aquilo.´ Tudo bem, Estelo. Respeito sua opinião.