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Proposta ousada

A inquietação decorrente do clássico tem uma razão de ser: os próprios técnicos do Fortaleza e do Ceará, respectivamente Giba e PC Gusmão, questionaram a qualidade do futebol apresentado por suas equipes. Eles sabem que um salto de qualidade terá de ser dado com urgência, sob pena de cedo evaporar o que resta do sonho de subir para a Série A em 2010. Já é de 12 pontos a diferença que separa Fortaleza (14º) e Guarani (1º). Diferença que sobe para 13 pontos em relação ao Ceará (15º). E observem que faltam apenas dez rodadas para o término do turno. Quem quiser chegar ao G-4 terá de empreender reação ainda dentro do turno. Se deixar para a etapa de volta, a situação se inverte: em vez de lutar para subir, a batalha será para não descer. Portanto, ainda há tempo para propostas mais ousadas. Se Fortaleza e Ceará continuarem no atual padrão, certamente viverão ainda muitas apreensões .

Ajustes

Não é simples ajustar uma equipe. À vezes, quando o técnico tenta corrigir erros de um compartimento, termina comprometendo um outro. O Fortaleza passou por situação assim. O ataque fazia gols, mas a defesa ficava muito vulnerável, alvo de críticas.

Lençol curto

Agora, há dois jogos a defesa tricolor não sofre gols (Ipatinga 0 x 1 Fortaleza, Fortaleza 0 x 0 Ceará). Fechou-se. Entretanto, sumiu a produção da meia-cancha e, consequentemente, do ataque. Tarefa para Giba: buscar o equilíbrio para evitar o efeito do lençol curto.

Reflexão

O futebol de Bismarck será inferior ao dos demais que formaram a meia-cancha do Fortaleza no clássico? Da mesma forma, o futebol de Guto será inferior ao de Jailson? Motes para Giba refletir quando buscar novos ajustes para a equipe sob seu comando. De experiência em experiência, certamente encontrará o melhor.

Sem erro

Uma situação não poderá ser repetida no tricolor nos próximos jogos: o isolamento imposto ao atacante Marcelo Nicácio. Não há artilheiro que resista muito tempo diante da ausência de parceiros. Questão de necessidade. Alguém terá de servi-lo. Eis a questão.

Nada de azar

Torcida coral mandou-me mensagens. Uma delas compõe a frase do rodapé de hoje. A maior parte questiona o azar que ali há. Não penso assim. Estádio nenhum dá azar desde que o time tenha qualidade superior. Prefiro entender que houve falta de entrosamento, pois no grupo há bons jogadores.

Temores

Cronistas, amigos meus, contaram quantas vezes o Ceará finalizou jogadas no clássico. Não contei. Mas sei que chances foram muitas. De certa época para cá, tem sido um rosário de gols desperdiçados. Pior é que gera complexo. Na proporção de seus temores, os atacantes alvinegros vêem a trave diminuir de tamanho e o goleiro crescer.

Altos vôos

Noto Misael vacilante, quando as oportunidades lhe surgem. Misael abdicou de uma proposta que recebera de time europeu antes de se decidir pelo Ceará. Optou por amadurecer profissionalmente em Porangabuçu para somente depois seguir vôos mais altos.

Projeto

Pelo visto, Misael precisa aplicar-se bem mais, caso queira seguir com seu projeto internacional. Ele já experimentou tempos melhores no Ceará. Terá de ser agudo e confiante, justo o contrário que tem mostrado agora.

Surpresas

O time do Duque de Caxias, que subiu para a Série B este ano, surpreende pela campanha ora apresentada (9º). O Vasco da Gama também surpreende, mas pelo que não tem conseguido fazer. O primeiro, para mais; o segundo, para menos. E bota menos nisso.

Identificação

Pedi que algum leitor identificasse todo o grupo da foto da Seleção de Futsal ontem publicada. Juarez, que aparece na foto, identificou: (em pé): Heraldo, José Frota, Luciano Frota, Vitoriano, Betinho e Juarez Monteiro (também do América). Agachados: Iran, Mauro, Plácido, Dodó, Juarez Carvalho e José Maria Couto.

"O Estádio da Barra para o Ferroviário é uma barra."

Danilo Carneiro
Torcedor coral (Cidade dos Funcionários)