Os jovens
Passada a comemoração tricolor, cabe refletir sobre a importância dos jovens na conquista. Primordial o apoio a Bambam, Douglas, Bismarck e Guto. Houve quem, em alguns momentos, até dissesse que Douglas ainda não tinha condições de ser titular. Mas a comissão técnica prestigiou o goleiro que terminou sendo um dos heróis do tri, senão o maior deles na final. Quanto a Bismarck, a sua utilização por Mirandinha foi perfeita. Até mesmo quando o improvisou de ala, Miranda teve suas razões. No jogo final diante do Ceará, foi exatamente o trabalho de Bismarck pela direita que resultou no gol do empate e do título. Já o atacante Bambam teve oscilações. Talvez seja o atleta a ser melhor acompanhado. Ainda assim assinalou gols fundamentais. Guto viu-se soberano na ala esquerda. Coroou suas atuações com belo gol no primeiro jogo. Os jovens são o presente e o futuro para quem acredita neles.
Reflexão alvinegra
O Ceará precisa de reforços. Tudo bem. Mas faço questão de registrar aqui o brio do time alvinegro no jogo final. Foi um grupo que lutou até o último minuto, com bravura e dignidade. Perdeu porque encontrou do outro lado o goleiro Douglas em dia de graça.
Menção
Caso por exemplo de Geraldo, que não tinha produzido bem na primeira partida. Mas no jogo derradeiro ele foi o Geraldo que sempre conheci. Um atleta que encontrou seu espaço e gerou incontáveis situações de risco para o tricolor. Geraldo joga muito futebol.
O técnico
A mudança que o Ceará apresentou do primeiro para o segundo jogo foi obra que precisa ser analisada. Um salto de qualidade que teve o dedo de Zé Teodoro. As mudanças, máxime a colocação de Arlindo Maracanã livre para se mexer a seu bel prazer, mostraram um alvinegro impetuoso, agudo, como há muito eu não via.
Mexida
Entendo apenas que Zé Teodoro demorou demais com Edu Sales em campo. Misael deveria ter entrado no lugar de Edu e não no de Alex Gaibu. As outras substituições foram compreensíveis pelas circunstância do jogo, ou seja, Sérgio Alves no lugar de Vidal e Fábio Gomes no lugar de Chicão.
Filosofia
O Ceará da decisão foi um time como a torcida quer: lutador, jamais aceitando a situação. Um time que buscou a vitória sempre. Os reforços para a Série B estão aí. Se o Ceará aplicar no Campeonato Brasileiro a filosofia da decisão, estará no caminho certo.
Lição
Quero acreditar que Evandro Leitão saberá tirar da perda do título a lição que esta produz. Ao ganhar o primeiro turno, quase que de forma inconsciente, restou entre os dirigentes alvinegros a impressão de que o título estadual estava garantido. Foi o maior equívoco.
Limpou a barra
Decididamente Paulo César de Oliveira limpou a barra da arbitragem de fora, que antes dele tinha sujado tudo, mormente com Carlos Eugênio Simon. PC até fez esquecer seu papelão na decisão da Série B de 2002 (Criciúma 4 x 1 Fortaleza), quando prejudicou muito o Fortaleza.
Engenharia
Meus cumprimentos ao corpo operacional que trabalhou na parte técnica da cobertura feita pelo TV Verdes Mares e TV Diário na decisão do campeonato. A dedicação de todos foi notável. O Debate Bola (TV Diário) mostrou, ao vivo, a confraternização tricolor.
Desígnios
Em lados opostos e com o mesmo brilho, Mirandinha e Zé Teodoro, que foram companheiros na seleção de novos do Brasil, tricampeões do Torneio de Toulon (França) em 1983. São os desígnios e caprichos do futebol. Hoje, cada um segue seu caminho. (Dados de Airton Fontenele).
Diferença
O público pagante no Castelão (49.705) superou o público pagante registrado no Pacaembu (Corinthians x Santos), decisão do Campeonato Paulista. O jogo, que teve Ronaldo Nazário e companhia, registrou apenas 36.860 torcedores pagantes. Diferença de 12.845 torcedores a mais a favor dos cearenses.
"Este título foi muito importante para minha carreira. Eu precisava dele".
Mirandinha
Técnico do Fortaleza