Obstáculo
Novamente a Copa do Brasil com seu mata-mata, decisão a cada dois jogos. Estímulo ao ataque, fazendo pesar mais o gol marcado fora de casa quando os times terminam a fase com o mesmo número de pontos. Um recado ao Leão: diante do Boa Viagem, quando o volante Álvaro foi substituído, o tricolor fraquejou na marcação. Coutinho ficou sobrecarregado. Hoje, tal equívoco não pode ser repetido. Facilitar a movimentação do adversário é pedir para sofrer gol. E, na Copa do Brasil, sofrer gol em casa é complicar a classificação. Aviso dado. O Fortaleza não contará com o talento de Cleisson, mas tem boas opções. Na frente, Marcelo Nicácio de bem com a vida, de bem com o gol. O Paraná sofreu uma derrota para o Curitiba na rodada passada do certame paranaense. Perdeu por 2 a 0. Mas na Copa despachou o Mixto do Mato Grosso. É bem superior ao time da Desportiva que o Fortaleza eliminou.
Conjunto
Com o retorno de Fabrício e Erivelton à zaga do Ceará, certamente o sistema defensivo funcionará melhor como um todo. Além da qualificação dos dois, o entrosamento deles ajudará na afinação geral. Como conseqüência, o goleiro Adilson ganhará mais confiança.
Inusitado
Se não tivesse havido confusão nos acertos de datas e horários de jogos, eu diria que não estava no futebol cearense, onde tudo acontece. Não duvidem se um dia houver aqui jogo às quatro horas da madrugada, sob o argumento de levar ao estádio os que voltam das farras.
Retomada
A retomada do Icasa, após o fracasso no estadual 2009, será seguir na Copa do Brasil. Vitória sobre o Confiança, hoje, será fundamental. Animará o novo grupo. Zacarias Silva disse que dispensou os mercenários.
Notas & notas
Dos jogadores dispensados pelo Fortaleza, um mostrou qualidade e foi aplaudido no Pici: Nerylon. Como é jovem, certamente terá oportunidade em outros centros. /// Ciel, que aprontou em Natal, é vítima do alcoolismo. Precisa de tratamento sério. Lamentável. Deixou passar a chance de ouro que teve no Fluminense.
Distância
O jornalista Cidrack Ratts, ex-árbitro, faz observação oportuna. Na Europa dificilmente um jogador se aproxima do árbitro para reclamar contra qualquer marcação. Lá o árbitro se impõe e sabe manter a devida distância. Aqui os árbitros dão liberdade demais. Há jogador que peita o árbitro e ainda permanece em campo. A observação do Ratts procede.
Disse-não-disse
O melhor para o Ceará no atual momento é buscar concentração máxima na decisão do campeonato. Quando mais evitar o disse-não-disse sobre assuntos internos, melhor será para o Vozão. Questão do DM encerrada. E o que houve antes de Zé Teodoro, idem.
Retificação
Atento à observação do leitor Antônio Barroso de Sousa Neto, realmente o primeiro jogo de futebol realizado no Brasil aconteceu no dia 14 de abril de 1895 (ontem fez 114 anos) e não em 14 de abril de 1894 como ontem aqui registrei.
Consciente
Do meu companheiro de trabalho, Igor Grazianno, recebi dois livros imperdíveis para quem lida com o futebol. Nos tópicos a seguir, faço rápidas observações a respeito das duas obras. Eu as recomendo aos cronistas esportivos. Dão uma visão muito realista do futebol globalizado, em campo e fora de campo.
Livro
´O Universo Tático do Futebol´, de Ricardo Drubscky, analisa a escola brasileira de futebol, onde há um componente especial, ou seja, a habilidade individual do jogador brasileiro. Ele faz comparação entre o sistema tático mais rígido dos europeus e a flexibilidade do nosso. Muito bom.
Livro II
´Sociologia do Futebol´, escrito pelo pesquisador britânico Richard Giulianotti, mostra as etapas desse esporte (tradicional, moderna, pós-moderna). Os interesses nos bastidores, inclusive tramóias relativas a contratos de publicidade e manobras de redes internacionais de tv. Tem cada coisa. Até manipulação de resultados.
"Antigamente o jogador era escravo do clube. Hoje apenas mudou de feitor".
Álvaro Melo, sobre a necessidade de mudança na legislação esportiva
Advogado