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Variações preocupam

Clássico tricolor muito especial. Vizinhos na classificação, há vantagem de um ponto para o Ferroviário (10 a 9). No momento, o time coral apresenta futebol mais coordenado, vistoso. Mas isso não é tudo. Precisa ser incisivo quando diante das adversidades. Em Sobral, não soube segurar o resultado e caiu muito no segundo tempo. Em Itapipoca não repetiu o belo futebol que mostrara na goleada (4 a 1) sobre o Ceará e terminou ficando no empate (0 a 0). Essas variações certamente levam preocupação ao técnico Arnaldo Lira. No Fortaleza, a volta de Coutinho recompõe um setor que me parece em plena evolução, principalmente pelo desempenho de Bismarck, cada vez mais lúcido na leitura do jogo. Aliás, com Bismarck e Rodrigo Mendes, o Leão fez as suas melhores incursões contra o Ceará. Bambam ainda me parece a mais adequada companhia para Nicácio. Pelo menos compreendo assim.

Aproveitamento

O elenco formado pelo Fortaleza na reta final é muito bom e poderá fazer a diferença na medida que os novos contratados forem sendo utilizados. De grande valia o aproveitamento da experiência de Cleisson. Vi muitos jogos em que Cleisson desequilibrou a favor de sua equipe. No Leão, creio, não será diferente.

Goleador

Wescley, atacante do Ferroviário, tem confirmado em campo as qualidade que o técnico Arnaldo Lira dizia que o jogador tinha. Não foi preciso muito tempo para comprovar isso. No clássico com o Ceará, Wescley fez um golaço. Hoje, no clássico com o Fortaleza, é esperança de gol dos corais. Alerta geral na defesa do Leão.

Pressão total

Em nenhum outro estado vejo tanta pressão contra a arbitragem como aqui. O Ceará partiu na frente com a bronca dada pelo presidente Evandro Leitão. Depois, Lira, do Ferroviário, disparou sua metralhadora. Agora foi a vez de Renan Vieira lançar veemente protesto em nomes do Fortaleza.

Light

A propósito, faz tempo não vejo Luís Torquato, do Guarany de Sobral, reclamar das arbitragens. Luís, no seu estilo, era useiro e vezeiro nas manifestações contra os árbitros. Há algum tempo, Luís ainda ensaiou algumas críticas, quando se sentiu prejudicado, mas o fez de forma amena. É a versão ´Luís Light´.

Foco

Após ser eliminado da Copa do Brasil, o foco alvinegro passou a ser o título arrastão. No caminho, hoje, o forte Maranguape. Nada fácil. O time de Júlio Araújo também está na briga para chegar ao G-4. Ganhou o reforço de Panda e tem Danilo Pitbull e Carlos Alberto mais goleadores do que nunca.

Alerta

Enquanto Maranguape tem Carlos Alberto e Pitbull, atacantes perigosos, mais uma vez a defesa do Ceará não contará com Erivelton. Motivo para redobrada atenção por parte da zaga alvinegra, que por sinal se houve bem com Robson e Márcio Martins no clássico passado.

Talentos

No Ceará a substituição de Boiadeiro, que deu seu lugar a Fábio Gomes, motivou algumas análises desfavoráveis por parte da crônica. Mas o gol da vitória, assinalado por Arlindo Maracanã, acabou abafando as vozes que se levantaram contra. Hoje, mais uma vez, o fôlego de Boiadeiro e a versatilidade de Arlindo à disposição. Que Ruy saiba tirar de ambos o melhor proveito.

Batedor de pênalti

Arlindo Maracanã acabou se transformando na peça de definição diante do Fortaleza, na vitória alvinegra por 2 a 1. Ensinou como se deve cobrar um pênalti, mesmo quando o goleiro vai no canto certo. Coisa recente, o Ceará perdeu dois pênaltis. Mas agora tem dois batedores dos bons: Arlindo Maracanã e Sérgio Alves.

Recordando

Um dos notáveis feitos do Calouros do Ar foi ter batido no famoso Botafogo do Rio, num amistoso no PV no dia 12 de junho de 1954. No Botafogo notáveis jogadores como Juvenal, Garrincha, Carlyle e Paulinho. O Calouros ganhou por 1 a 0, gol de Orlando Ciarlini aos 40 minutos do segundo tempo. Calouros: Chico Martins, Pedrinho e Azevedo; Jandir, Helder (Zanata) e Índio; Luciano, Zezinho, Beto (Orlando Ciarlini), Nelsinho e Zuzinha. Botafogo: Pianowisky, Gerson e Floriano; Arati, Bob e Juvenal; Garrincha, Dino, Carlyle, Paulinho e Vinícius. Técnico: o grande Gentil Cardoso. No jogo seguinte, o Botafogo derrotou o Ceará por 2 a 0, gols de Garrincha. O Bota veio desfalcado de Didi e Nilton Santos, que estavam com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954 na Suíça. (Dados de Airton Fontenele).

"Os atletas brasileiros são o que há de melhor no futebol."
Gordon Brown (na Veja desta semana)
Primeiro-ministro britânico