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Ídolo José

José João Altafini. Talvez assim, pelo nome José, poucos da nova geração saibam que se trata de um brasileiro campeão mundial pela Canarinho em 1958 na Suécia. Na verdade, ele ficou conhecido como Mazzola, centroavante que fez dois gols do Brasil na vitória por 3 a 0 na estréia diante da Áustria. José Altafini, no terceiro jogo da Copa, perdeu a posição para Pelé. Há quantos jogadores chamados José, campeões do mundo pelo Brasil? José é um dos nomes mais comuns no país, mas pouco usado no futebol. E, quando há um José, simplificam para Zé. Assim o lateral-direito Zé Maria brilhou na Seleção Brasileira. Houve um goleiro chamado José Poy, José mesmo, ídolo no São Paulo nas décadas 50/60. José Poy era argentino. No futebol cearense, houve um ídolo José que simplificaram para Zé. Foi Zé Paulo, zagueiro do Fortaleza. Pelo número de Josés neste país, deveria ser enorme o número de ídolos com esse nome.

Simplificação

Jogador de futebol dificilmente é chamado de José. Ou é Zé ou é Zezinho. Assim no Ceará jogaram Zezinho Ibiapina, Zezinho Fumaça e, mais recentemente, o Zezinho, imitador do Romário. Mas com o nome José mesmo, como ídolo, só o argentino José Poy, do São Paulo.

Mais

O Icasa chegou a anunciar a volta de Zé Augusto, ótimo meia. Na década de 60, um outro Zé Augusto destacou-se no Fortaleza, onde Zé Mário também brilhou. Zé de Melo foi ídolo coral nos anos 50. Zecândido Fontenele brilhou nos anos 40. Zé Teodoro é o atual técnico do Ceará.

Uma vida

Longe o tempo em que o ídolo fazia fusão de imagem com um time de futebol e assim seguia durante quase toda a sua vida profissional. Roberto Dinamite no Vasco; Zico no Flamengo. A história do jogador confundia-se com a própria história do clube em que ele atuava.

Fusão

De certa época para cá, rápidas são as passagens e mudanças. O ídolo do Ceará hoje poderá ser do Fortaleza amanhã. E o ídolo do Leão hoje poderá ser alvinegro no semestre seguinte. No lugar da fusão de imagens, confusão de imagens. Hoje aqui, amanhã acolá. É a vida.

Campeões

O Alberto Damasceno cantou a pedra. Certa feita, ele disse que, se América e Calouros, ex-campeões estaduais, fossem um dia rebaixados, dificilmente voltariam à elite cearense.

Verdade pura. Há bem dez anos os dois foram rebaixados e nunca mais tiveram força para subir.

Lamento porque dois times de grande tradição.

No Rio

O técnico Dorival Júnior, ex-treinador do Fortaleza, faz bom trabalho no Vasco no segundo turno carioca. Ronaldo Angelim, que brilhou no Icasa, Fortaleza e Ceará, recuperou-se de contusão e jogará pelo Flamengo contra o Vasco, domingo no Maracanã. Competência aqui e lá.

Questão

Valdir Papel de volta ao ABC de Natal. Valdir brilhou no Guarany de Sobral, do Luís Torquato. Teve passagem pelo Vasco da Gama onde, no meu modo de entender, foi injustiçado. No ABC, teve grande momento na Série B, quando, num jogo diante do Ceará, meteu três gols.

Congresso

A cidade de Fortaleza terá a honra de sediar o 35º Congresso Brasileiro de Cronistas Esportivos. Será de 25 a 29 de março. A solenidade de abertura acontecerá no Salão de Convenções do Hotel Praia Centro. O encontro reunirá nomes de expressão de todos os estados brasileiros.

Avaliação

Como aqui estarão representantes da crônica esportiva de várias regiões do país, será oportuno verificar como, na visão deles, andam os preparativos das cidades que disputam a indicação para sediar jogos da Copa 2014. Ótima chance para análise diferenciada, sem influências locais.

Frase

Pesquei da coluna Apito Final, do amigo Everaldo Lopes, que escreve na Tribuna do Norte de Natal, a frase do rodapé de hoje.

Interessante como escritor Ferreira Gullar muda o foco da alegria proporcionada pelo futebol que, segundo ele, estaria mais no sofrimento do derrotado que no gozo do vencedor.

"A graça do futebol não está no drible habilidoso, na jogada inteligente, no gol de letra, mas sim na derrota injusta, na revolta do torcedor".
Ferreira Gullar - Escritor