O gramado
Chuva muita em Estocolmo, na Suécia, na madrugada do dia 29 de junho de 1958. A delegação brasileira apreensiva, pois às 15 horas iria decidir a Copa do Mundo diante dos donos da casa. Como estaria o gramado do Estádio Rasunda? Pensamento predominante: os suecos, mais acostumados com a grama escorregadia, levariam vantagem. Quando os brasileiros chegaram ao estádio, a surpresa: os suecos, com uma lona gigante, tinham protegido o gramado, que na hora do jogo estava perfeito. Quando a bola rolou, não havia sequer uma poça d´água. O Brasil deu um baile e ganhou a Copa. Gramado é para ser zelado como a peça mais importante de um estádio. É ali que os artistas desfilam talento. Basta um desnível para prejudicar o jogador e comprometer o espetáculo. De nada adianta cenário bonito se não tiver um ´tapete verde´. Na inauguração do Castelão, seu gramado foi apontado como um dos melhores do Brasil. Foi.
Pode ser
Agora, com o projeto da Copa do Mundo, tenho certeza de que o Castelão voltará a ter um dos melhores gramados do mundo. Digo isso com a experiência que tive em quatro Copas. Em todas, observei o zelo com os gramados, todos lindos, impecáveis. A Fifa impõe.
É bom
Depois do gramado do Castelão, o melhor que vi no Brasil foi o do Serra Dourada, em Goiânia. Mas os goianos também andaram negligenciando. Hoje o gramado do ´Serra´ ainda é bom, mas nem de longe lembra a qualidade oferecida quando de sua inauguração.
Riscos
Quem vê os jogos europeus pela televisão pode observar a qualidade do gramado. Amigos, isso facilita o toque, o passe e o cálculo da força a ser empregada pelo atleta nos lançamentos longos. Gramado mal cuidado arruina tudo isso. Além do risco de lesões a que estão expostos os atletas.
Respeito
Os jogadores que atuam no futebol cearense merecem respeito porque aceitam o desafio de jogar em gramados comprometidos. Mas deveriam fazer pressão contra. Lembrei agora do gramado do Abilhão. Estava ruim. Ainda bem que Quixadá x Ceará, amanhã, será no Domingão.
Destaques
As celebridades mundiais, jogadores da primeira constelação do futebol, certamente não aceitariam jogar em Fortaleza no atual momento. Que celebridade colocaria sua ´canela´, que vale milhões, num gramado comprometido? A primeira coisa que eles examinam é a condição do campo de jogo.
Clássico
Tricolores de folga, o único clássico da rodada passou a ser Icasa x Guarany no Romeirão. Novo Icasa (tantas contratações que nem decorei os nomes ainda) contra o novo Guarany. Reformulados e vencedores. O Guará faz, no turno, seu terceiro jogo fora. É clássico no Cariri.
Pacificação
Nada de explosão, nada de vinditas, nada de caça às bruxas. A reunião do CD do Fortaleza no Marina deu sinais de total abertura para pacificação da família tricolor, exatamente como foi sugerido pelos mais sensatos. E não poderia ser diferente.
Adaptação
Se o Ceará não conseguir adequar-se às novas necessidades de trabalho em duas frentes (segundo turno e Copa do Brasil), acabará se complicando nas duas competições. Muito cuidado, pois. A produção alvinegra em Caruaru foi ruim. Chance de recuperação amanhã em Horizonte. Mas vale o sinal de alerta.
Contusões
No Ceará, lamentável a contusão de Alberto, de quem a torcida tanto esperou. Da mesma forma, lamentável a contusão de Rodrigo Mendes, lucidez que poderia fazer a diferença na meia-cancha do Fortaleza. Até agora, respectivamente, apenas frustrações por parte dos dois atletas.
Crédito
De Airton Fontenele e Elizabeth Fontenele: ´Ronaldo, após dois meses de treino, num elogiável esforço com a equipe de Mano, emagreceu oito quilos. Está com 11% de gordura. Quando chegou ao Corinthians pesava 99 quilos. Agora pesa 91 (o mesmo da Copa 2002). Vamos dar um crédito ao Fenômeno´. Tudo bem, amigos.
"Eu avisei ao Wescley que ele esteve bem nos treinos e que teria chance. Deu certo".
Arnaldo Lira, feliz com atuação de Wescley em Horizonte
Técnico do Ferroviário