Uma vaga
A eliminação do Fortaleza no primeiro turno apertou a margem para levar avante o projeto do tri estadual este ano. Mas nada está perdido. Sim, os percalços aumentaram. Ao Leão cabe ampliar esforços para superar as novas dificuldades. Sábado foram apresentados Maizena e Alex Maranhão. Há expectativa em torno de mais algumas contratações. Valerá não o número, mas a qualidade. Além disso, deve ser levado em conta o tempo. Num campeonato tiro curto, a adaptação tem de ser imediata. Costumo brincar em situações assim e digo que o jogador já deve vir uniformizado no avião, indo direto do aeroporto para o estádio. Tudo urgentíssimo. Em outras palavras: impossível esperar 15 dias para o atleta entrar em forma. Ora, a fase classificatória terminará em 30 dias. Assim teria passado a metade do mês. Luta contra o tempo. O projeto do tri exige aplicação, serenidade e rapidez. E muita compreensão da torcida.
Presidente
Evandro Leitão merece todos os elogios e aplausos que vem recebendo. Superou as dificuldades iniciais, deu estabilidade ao grupo e conseguiu formar um time consistente e pleno de alternativas. Mesmo muito jovem soube se impor. Admiro muito sua habilidade na hora de fazer a correção de rumo. Tem sensibilidade.
O melhor
O técnico Zé Teodoro foi o melhor do primeiro turno. Não apenas pela conquista do título (este foi conseqüência), mas pelo trabalho que desenvolveu na montagem da equipe alvinegra. Aliás, não de hoje Teodoro dá mostra de sua competência. Em 2006, quando ganhou o campeonato estadual, tinha elenco de qualidade inferior ao Fortaleza, mas, mediante modelo tático perfeito, superou o adversário.
Experiência
Léo Jaime passou por significativa experiência na decisão de domingo. Sobre seus ombros foram colocadas as responsabilidades de levar o Ferrão ao título do turno. De certa forma, foi peso demais. Claro que ele sentiu a marcação do Ceará toda posta para neutralizá-lo. Isso é normal.
Aprendizado
Léo Jaime não pode quedar diante dos fatos. É jovem e terá muitas outras chances pela frente. Perder título nas circunstâncias de domingo passado faz parte do aprendizado. Agora o desafio dele é descobrir como se livrar de marcações fortes.
Coesão
Conversa agradável mantive com o ala Boiadeiro e com Tuco, preparador físico do Ceará. Gostei quando ambos cuidaram de evidenciar, não a importância individual de alguém, mas a importância do grupo, já pela união e pelo objetivo. Simpática e respeitosa atitude.
Duas frentes
Agora vem a Copa do Brasil. O Fortaleza está com a mão na vaga para seguir em frente. Nem precisa ganhar. Basta um empate sem gols. Mas faço uma advertência: o Leão não pode perder o ritmo no segundo tempo como aconteceu sábado no Alcides Santos. O Boa Viagem por pouco não complica.
Experiência
Positiva a avaliação sobre a posição assumida por Marcelo Nicácio, do Fortaleza. Ele entende que, como mais experiente, deve assumir em campo o papel de orientar os mais jovens nos desafios que o Leão terá. A propósito, Marcelo perdeu um pênalti sábado, embora tenha convertido um outro. Lembrete para alertar: não raro a decisão na Copa do Brasil vai para os pênaltis
Reflexão
Cearenses, cabras da peste. Desde cedo aprendemos a combater as adversidades. E vamos em frente. O Estado do Ceará prospera embora alguns o queiram eternamente submisso, sem voz, sem imagem, sem o direito de dizer o que sabe e o que sente. Coitados dos que teimam em retardar os nossos avanços na comunicação, no futebol, na ciência ou em qualquer outro segmento. Estamos acostumados a quebrar grilhões. Formos os primeiros a libertar os escravos. E esse ideal de liberdade continua vivo até hoje. Nada deterá o natural e espontâneo talento de nossa gente. A produção aqui elaborada, que o Brasil pela tv viu e aprovou, é irreversível, inapagável. E algum dia, ainda que por outros meios, novamente estará ao alcance de todos os lares brasileiros.
"Minha paixão por voar é a paixão pela liberdade. O sonho de Ícaro".
Pierre Courty
Francês, ex-piloto de caça e atual diretor da Fnac do Brasil