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Transferência

Quando um jovem jogador é destaque, logo vem a pergunta: a quem pertencem os direitos federativos do atleta? Para surpresa de todos, geralmente há uma divisão percentual entre os que se apropriaram desses direitos... Aí, um detém 15%, um outro fica com 35%, um terceiro com 25% e um quarto com 25%. São fatias proporcionais às cotas de aquisição. Sou do tempo em que o passe do atleta pertencia ao clube. Quando o passe foi extinto, predominou a idéia de que estava dada a alforria aos atletas. Seria o fim do regime de escravidão, espécie de ´Lei Áurea do Futebol´. Ledo engano. Salvo raras exceções, a maioria tornou-se mais escrava do que antes. Muitas vezes vai para cidades onde não quer morar ou deixa de permanecer num local onde está se dando bem. Não raro, contrariano a própria vontade, o jogador obedece os empresários. O fim do passe não foi o fim da escravidão senão a transferência de algemas.

Empresários

O empresário, sei, tem sua importância. O procurador, idem. Afinal, a maioria dos atletas não sabe negóciar ou conduzir transações. Isso é verdade. O problema está no fato de a maioria dos empresários ultrapassar os limites, impondo sua vontade aos atletas.

Relacionamento

O recíproco respeito deve haver entre jogadores, procuradores e empresários. Quando há desconfiança de conduta, chega a hora de desmanchar o contrato. Há jogadores que praticamente perdem a carreia nas mãos de empresários e procuradores ruins.

Campanha

O Fortaleza novamente brilha na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O Leãozinho está muito bem. Os resultados positivos são produto da continuidade do trabalho desenvolvido por Jorge Veras, junto às bases tricolores. Pelo nível da competição, o Fortaleza tem tudo para projetar vôos mais elevados. Jogadores como Adailton, Bismarck e Marlon provam o que digo.

Técnico

Fernando Filho, técnico do Quixadá, é um estudioso do futebol. Pouca gente sabe de sua aplicação. Ele esteve no programa Debate Bola (TV Diário) e a todos surpreendeu pelos conhecimentos demonstrados. Se derem condições ao Fernando Filho, certamente haverá retorno.

Ao vivo

A TV Diário mostrará ao vivo Ceará x Quixadá, domingo, a partir de 16h15, direto do Estádio Domingão em Horizonte. O Ceará, diferente da estréia em 2008, está com bons valores. Agora é trabalhar o conjunto.

Solução

Todo time gostaria de manter valores como Osvaldo e Thiago Cardoso, que fizeram a diferença no ano passado. Problema é a situação financeira, que exige solução imediata. Por isso, a necessidade de negociar atletas que, pela qualidade técnica, deveriam permanecer aqui.

Consciente

O problema vivido pelo Fortaleza é também sentido por grandes clubes brasileiros. Veja o São Paulo, que a cada ano se desfaz de valores importantes, tudo pela necessidade de recompor o caixa. Se perdemos atletas para regiões de maior poder aquisitivo no Brasil, os maiores centros brasileiros também perdem a concorrência para o mercado europeu.

Euro

A economia em transição deu um freio nos salários das celebridades. Mesmo assim, não há como segurar no Brasil jogadores que equipes européias pretendem. Tudo semelhante.

Brecha

Não será diferente em 2009. No ano passo, Ciel e Luís Carlos foram levados daqui em plena disputa da Série B. O mesmo aconteceu com Márcio Azevedo e Rômulo. Nos contratos, há sempre a brecha para, no caso de proposta compensadora, o jogador ser liberado. Não há como mudar.

Recompor

Há necessidade de, a cada ano, as bases dos times cearenses entregarem mais atletas ao quadro profissional. Se houver hiato grande entre as safras, os times não poderão recompor os caixas após os certames. Vender revelações para cobrir diferenças financeiras virou mecanismo obrigatório para quem quer sobreviver.

"Os paulistas evoluíram muito. Até os pequenos daqui estão chegando nas finais".
Madson
meia, ex-Vasco, contratado pelo Santos