A festa dos melhores do mundo, realizada pela Fifa, levou-me a meditar sobre os melhores do futebol cearense no momento. A festa, em que mais uma vez Messi teve reconhecida a sua consagração, aconteceu no belíssimo Teatro alla Scala, em Milão, Itália. Um deslumbramento. E aqui, quais os melhores? Há algum jogador extraordinário? Não. Há, porém, alguns que, por suas atuações, podem ser colocados acima da média: Samuel Xavier, Luíz Otávio, Fabinho, Ricardinho e Thiago Galhardo, do Ceará; Quintero, Carlinhos, Felipe e Juninho, do Fortaleza.
Todos mantêm um padrão estável, principalmente Samuel, Luís Otávio, Quintero e Felipe. Esses atletas primam pela eficiência, mas não são craques. A propósito, o nome craque exige muito mais que produção e regularidade eficientes. Há de ter algo especial, em lances geniais. Lances em que demonstrem superioridade no trato com a bola e leitura de jogo apurada, postura e elegância diferenciadas. O verdadeiro craque, você percebe pelo simples matar de uma bola. O futebol cearense está carente de jogadores assim. O último, creio, foi Clodoaldo quando no auge da forma.
Desequilibra
O craque faz a diferença. Neymar, com todas as polêmicas e atos de indisciplina, é em campo craque mesmo. Malabarista, artista da bola. Pena não ter melhor comportamento fora das quatro linhas. Se fosse mais profissional, certamente, já teria sido Bola de Ouro há muito tempo.
Memória
O último craque genuinamente cearense foi Clodoaldo, quando no auge da forma. Quem, no atual futebol cearense, tem o talento que teve o menino do Ipu? Ninguém. Os dribles desconcertantes, os gols geniais, os passes milimétricos, a criatividade. Se tivesse sabido aproveitar esse dom que Deus lhe deu, Clodoaldo hoje seria bilionário.
Na sequência
Atlético-MG x Ceará e Fortaleza x Botafogo. Ceará x Goiás e São Paulo x Fortaleza. Grêmio x Ceará e Fortaleza x Chape. Ceará x Avaí e Vasco x Fortaleza. Santos x Ceará e Fortaleza x Flamengo. Bahia x Ceará e Fortaleza x Grêmio. Em cinco rodadas, já se terá posição bem clara sobre o destino dos nossos representantes na Série A nacional. No momento, incertezas ainda.
Rogério Ceni aqui era intocável. Os jogadores do Fortaleza lhe obedeciam. Davam a impressão de que, no lugar do respeito, nutriam medo diante do treinador. No Cruzeiro, cheio de jogadores passados na casca do alho, Ceni não encontrou espaço para sua verdade. Logo, a partir de Tiago Neves, vieram as contestações. Azedou.
Numa crise por falta de gols, a tendência é aumentar ainda mais na medida em que os jogos seguem sem que a rede seja balançada. Aí, a trave diminui e o tamanho da bola cresce. Os goleiros, de média estatura, viram gigantes. A jogada mais simples torna-se a mais complicada. Isso só termina quando o gol acontece...