Certamente ainda há flamenguistas cantarolando por aí. Virada de noite numa esquisita comemoração. Perdeu, mas ganhou. O São Paulo venceu, mas o campeão foi o Flamengo. O jogo não foi bom. O Mengo longe de sua real qualidade de toque envolvente. Então melhor mesmo é buscar o todo da campanha rubro-negra. Citar os grandes momentos de Arrascaeta, Arão, Gerson, Everton Ribeiro, Bruno Henrique, Gabriel, Pedro... Verdade que nem tudo foi perfeito. Houve tropeços, queda de produção, mudança de treinador. Saiu o catalão Domènec Torrent. Entrou o brasileiro da gema, Rogério Ceni. Houve cenário em que o título parecia estar nas mãos do São Paulo, que abriu sete pontos de vantagem. Mas desonerou de repente o modelo do treinador Fernando Diniz. Aí o Internacional decolou. Pareceria que o título ficaria com os gaúchos, tal a vantagem obtida. Mas o Inter não teve força para ganhar do Corinthians. Aí o Flamengo esperou o desfecho em Porto Alegre para soltar o grito de campeão. Ansiedade e desespero no Beira-Rio. Houve o gol do Internacional no minuto final, mas o VAR detectou impedimento. Salvação do Flamengo. Vitória na derrota. Flamengo campeão outra vez.
Mito campeão
Quis o destino que o técnico Rogério Ceni recebesse o coroamento de seu trabalho como campeão exatamente no templo onde edificou sua vitoriosa carreira de jogador: o Morumbi. Entretanto, não do jeito que Ceni certamente queria, ou seja, com uma vitória consagradora. Não foi assim.
Técnico
Como técnico, Ceni não deu certo no São Paulo. Iniciou ali, de forma precoce, a nova carreira. E talvez por isso não tenha tido a maturidade para comandar ex-companheiros. Uma coisa é ser colega, atleta. Outra coisa é passar a mandar, exigir. Houve precipitações nessa mudança de função.
Consolidação
A rigor, Rogério Ceni, hoje técnico campeão brasileiro, virou treinador no Fortaleza. Ainda chegou com a imagem de goleiro, mas gradualmente se impôs na nova função. Ganhou tudo. Habilitou-se. Amadureceu. Daí a ascensão ao Flamengo e ao título maior na Série A.
Pílulas
De forma bem diferente Ceará e Fortaleza terminaram suas participações na Série A 2020. O Ceará com bela campanha (11º), garantido na Sul-Americana. O Fortaleza salvo pelo saldo de gols, com a mesma pontuação do rebaixado Vasco. Ainda bem, ambos permaneceram na elite nacional.