O Ceará venceu. O Bahia era o favorito. Fez 1 a 0 com Artur Victor. O Estádio Pituaçu virou cenário de mais uma festa baiana. Mas valia a percepção dos que enxergavam o Ceará numa noite de boa produção, apesar da derrota parcial. Desde o início do jogo e mesmo quando no segundo tempo esteve em desvantagem no placar, o Vozão transmitia a confiança de que poderia empatar a qualquer momento.
Faltando seis minutos para terminar pelo tempo normal, sem os acréscimos, eis que o futebol prepara o inimaginável. Surge no alto da área baiana um gigante. Que Gigante! Um zagueiro que vira atacante da melhor estirpe. Decola entre os defensores do Bahia e, soberano, cabeceia com a precisão de um Baltazar, Cabecinha de Ouro. Gol de Luís Otávio. Era o empate do Ceará aos 39 minutos do segundo tempo. Errou quem imaginou que o placar já estaria de bom tamanho. Nos acréscimos, como que conduzido pela fé insuperável, novamente lá está o gigante na área baiana. Então, elevado por uma força transcendental, ele repete o gesto perfeito de um cabeceio letal: Luís Otávio vira o jogo. Em nove minutos fez-se o herói de uma vitória memorável.
Próximo
O Fortaleza recebe sábado, no Castelão, o Cruzeiro. Esse time mineiro, que já rastejou entre os quatro do rebaixamento, tem apenas três pontos a menos que o Leão. Se ganhar do Fortaleza, igualará no número de pontos, mas perderá no número de vitórias. Se der vitória do Fortaleza, a torcida do Ceará penhoradamente agradecerá.
Vantagem
O técnico Rogério Ceni terá grande vantagem nesse jogo com o Cruzeiro. Motivo simples: foi ele que, durante pouco mais de um mês, treinou o time mineiro. Portanto, conhece na teoria e na prática defeitos e virtudes de seu adversário. Isso é bom porque facilitará o trabalho dele na definição do time ideal do Fortaleza, visando ao confronto.
Animação
Wellington Paulista, que se danou a assinalar gols, agora está nas graças da torcida. E até disse como gosta de receber dos companheiros a bola. /// Osvaldo voltou a assinalar gols. Já estava em tempo. /// Nenê Bonilha também retornou ao batente. No pouco tempo em que esteve em campo, mostrou que a boa qualidade do seu trabalho segue com ele. Ótimo.
A decisão da Taça Fares Lopes, entre Caucaia e Atlético, confirma o que venho dizendo há algum tempo: o predomínio da Região Metropolitana sobre o futebol do interior. Coube ao Guarany de Sobral representar o interior. O Bugre fez o que esteve ao seu alcance, mas ficou fora da decisão.
A retomada do futebol interiorano tem demorado. Juazeiro do Norte, que já teve dois representantes na elite, hoje não tem nenhum. Crato, Crateús, Itapajé, Itapipoca, Uruburetama, Trairi, Russas, Iguatu, Limoeiro do Norte e Boa Viagem não se sustentaram na Série A. A interiorização malogrou.