Final do vôlei feminino será reedição histórica. Brasil quer consagração, após ciclo difícil

Estados Unidos fizeram a final com a seleção brasileira em 2008 e 2012

Depois da derrota para a China nas quartas de final das Olimpíadas de 2016, muito mudou na seleção feminina de vôlei do Brasil. Jogadoras foram e vieram, saíram e voltaram, até que o grupo de 12 fosse definido. Macris, Roberta, Camila Brait, Natália, Gabi, Fernanda Garay, Ana Cristina, Rosamaria, Tandara, Carol Gattaz, Carol e Bia. Dessas, apenas quatro estiveram presentes  na última disputa olímpica, o que já é um indício da renovação. Apesar das mudanças, os resultados concretos não vieram. 

Para destacar algumas competições importantes do último ciclo, alguns resultados foram: eliminação na segunda fase do Mundial, em 2018, 4º lugar no Pan-Americano, em 2019, e 4º lugar na Copa do Mundo, no mesmo ano. A última edição do Gran Prix, em 2017, foi o último título de peso do grupo. As três edições da competição que deu sequência, a Liga das Nações, foram vencidas pelos Estados Unidos.

Diferencial

Então, a seleção chega a Tóquio sem o peso do favoritismo. Como terceira do ranking mundial, sim, mas sem toda a expectativa que rondava o grupo, em 2016. E talvez esteja aí o diferencial.

Em um grupo, teoricamente, mais fácil, a primeira fase foi invicta, apesar de algumas dificuldades encontradas em adversários como Sérvia e República Dominicana. O confronto histórico contra o Comitê Olímpico Russo veio para comprovar que o Brasil estava e muito no páreo. A semifinal contra a Coreia do Sul era confronto repetido da primeira fase, mas não teria como afirmar que seria com a mesma tranquilidade. Foi! E o Brasil chega à terceira final olímpica em busca do terceiro título. 

A seleção dos EUA, que já ganhou quase tudo, não tem o título olímpico. As últimas duas finais em que esteve foram justamente as que o Brasil se consagrou campeão. Em 2008, a seleção brasileira precisava superar o trauma do quarto lugar em Atenas. Fez uma campanha irretocável, coroada na final com o ouro. Já em 2012, o primeiro set inacreditável, fechado pelas norte-americanas em 25 a 11, pode ser um resumo da campanha olímpica do Brasil, mas assim como na campanha, a virada veio e a seleção definiu o resultado a seu favor, conquistando o bicampeonato olímpico. 

Próximo desafio

O próximo encontro entre as duas seleções acontece no próximo domingo, 1h30 da manhã e será imprevisível. Assim como durante toda a disputa olímpica, o favoritismo está do lado dos EUA, mas o Brasil tem chances de surpreender. Está mostrando que o espírito de equipe pode se sobrepor aos destaques individuais. Que a força e perseverança pesam a favor da vitória. 

A seleção brasileira vai à quadra com o que tem de melhor, superando os obstáculos e a última baixa, da oposta Tandara, cortada por "potencial violação" do antidoping. O que se sabe é que será uma partida imperdível, que ficará na história. Seja pelo tricampeonato nacional ou pelo título tão sonhado dos EUA.