Dos tempos áureos do basquete feminino, geração de prata, em Atlanta 1996, e bronze, em Sidney 2000, ficaram só as boas lembranças. Apesar do lampejo de esperança, após a conquista do Pan-Americano, em 2019, o pré-olímpico passou em branco, nenhuma vitória nos três jogos e o sonho de manter a sequência olímpica foi interrompido, deixando de fora a seleção de mulheres, após sete edições dos Jogos.
Entre os homens, a chance ainda existe e a vaga será disputada, em junho e julho do próximo ano, às vésperas do início das Olimpíadas. O sorteio das chaves do pré-olímpico colocou a seleção no grupo B, com Tunísia e Croácia, anfitriã do torneio. No grupo A, Alemanha, México e Rússia. Depois das disputas nos grupos, semifinais e final, que dará ao campeão o direito de disputar os Jogos de Tóquio.
Diante desse contexto adverso, a pergunta que fica é como chegamos a essa situação? E mais, quando paramos de ser potência na modalidade outrora tão vitoriosa e reveladora de ídolos de gerações? Analisando um cenário muito recente, da última edição das Olimpíadas, em 2016, nenhuma das duas seleções, feminina e masculina, passou da primeira fase. Jogar em casa não foi fator decisivo na hora de avançar ao mata-mata. O ciclo seguinte deveria ser então de uma palavra-chave: reconstrução.
Não foi exatamente o que se viu. A Confederação Brasileira de Basquete chegou a estar suspensa da Federação Internacional, entre novembro de 2016 e junho de 2018, por uma série de motivos, entre eles: falta de estrutura e controle da modalidade.
E a tal reconstrução foi até o que a seleção feminina tentou. Mas o grande objetivo não veio e, então, como é resultado da cultura imediatista do esporte no Brasil, inicia-se a procura por culpados. E não, o técnico José Neto não é o grande responsável. Ele conseguiu um feito de, junto com as jogadoras e comissão técnica, voltar ao topo do Pan-Americano, após 28 anos.
Já no masculino, comandado pelo técnico croata Aleksandar Petrovic, o basquete busca retomar os bons resultados. Antes da parada do esporte por conta da pandemia do novo coronavírus, a seleção voltou a figurar no ranking da Federação Internacional, entre as dez melhores do mundo, após a primeira janela de partidas das Eliminatórias da Copa América de 2021.
O que se espera é que Tóquio não repita o que se viu para o basquete brasileiro, em Montreal, nas Olimpíadas de 1976, quando as duas seleções ficaram de fora. Foi a última vez com esse registro negativo para a modalidade.