As novelas sempre foram produções que conquistaram o grande público televisivo brasileiro. Com uma fórmula vinda do rádio, os folhetins entraram nos lares do país desde o dia 21 de dezembro de 1951 quando a história de “Sua Vida me Pertence” se tornou programação da TV Tupi, depois de um ano da inauguração do veículo.
Ao longo dessas sete décadas, muitos personagens e histórias adentraram nosso cotidiano e nos levaram do riso às lágrimas. Apesar dessa data tão comemorativa, com o advento de outras narrativas como as séries de “Streams”, a nossa queridinha perdeu força com aquele olhar atento dos noveleiros de plantão. Pensando nisso, a Rede Globo busca salvar seu horário nobre com um remake de “Pantanal”, exibida pela primeira vez na Rede Manchete.
Para garantir uma boa trama, a sonorização é fundamental e a trilha da primeira versão da novela captou isso. Resguardando as belezas do Centro-Oeste do país, “Pantanal” recebeu as vozes de Simone, Sérgio Reis, Ivan Lins, João Bosco e muitos outros.
Agora no remake, ninguém menos que Maria Bethânia interpretará a composição “Pantanal”, tema de abertura da novela. A voz da baiana recebe o acompanhamento de um dos protagonistas das duas versões, o sempre poeta Almir Sater, que agora em 2022 leva a viola caipira até a canção.
Fevereiros
A volta de Maria Bethânia às novelas vem em um excelente momento para a cantora. A “Menina dos olhos de Oyá" retorna aos palcos nos próximos dias 10 e 16 de Abril, no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente, após dois anos de recolhimento devido a pandemia da Covid-19.
Os espetáculos celebram o documentário “Fevereiros”. Com direção de Marcio Debellian, o filme mescla os cenários das festas do Recôncavo Baiano e o desfile da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, onde Bethânia foi homenageada em 2016. Lançado há cinco anos, ele segue disponível na Globoplay.
O show de lançamento foi adiado devido ao isolamento social causado pelo coronavírus, mas nunca é tarde para se festejar a grandiosidade da “Abelha Rainha” da nossa MPB que completou 50 anos de uma carreira linda e uma presença única no nosso cenário artístico.
Quem pensa que Maria Bethânia estava parada esse tempo todo muito se engana. Além de uma live no qual pedia “vacina, respeito, verdade e misericórdia”, a irmã de Caetano lançou o álbum "Noturno", que mesmo com capa de gosto duvidoso, atrai pela seleção de repertório e interpretação.
No trabalho fonográfico a cantora entoa as comoventes “Dois de Junho”, “A flor encantada”, “O sopro do fole”, além de resgatar um sucesso da centenária Nora Ney, buscando os graves de “Bar da Noite”. Bethânia sempre canta um Brasil que precisa ser resgatado, aliás, foi com ele que ela começou nos palcos atuando em “Opinião” junto de João do Vale.
Uma grande história
Maria Bethânia é uma força enorme, e trazer sua voz como tema principal da nova novela já é um grande acerto da Rede Globo de Televisão. Pantanal, além de detalhada produção e elenco, deve contar com uma trilha sonora adequada para invocar novamente os tempos áureos da fórmula “novelesca” no Brasil.
Estamos felizes por saber que ainda possuímos uma cantora como a filha de Dona Canô e de forma acessível aos nossos ouvidos e olhos. Sempre a encontramos nos palcos, novelas ou em memórias afetivas que essa grande cantora trilhou em nossas vidas. Independente de elogios ou críticas, ela seguirá sendo um dos maiores nomes da nossa música em todos os tempos.
Explodindo corações, não posso negar o meu amor e meu carinho para aquela com quem tenho um caso sem solução e em todos sonhos impossíveis. Bethânia é corpo, alma e coração! Viva a “Menina dos Olhos de Oyá”, agora cantando também o Pantanal!