Ciro critica Alexandre de Moraes no caso Monark e ironiza ação de Collor contra ele: 'eu me odeio'

Na OAB-CE, o ex-ministro arrancou risos da plateia com menções a processo movido pelo ex-presidente da República

O ex-ministro e ex-candidato à presidente da República, Ciro Gomes (PDT), ironizou o processo do qual é alvo por danos morais, movido pelo ex-presidente e ex-senador, Fernando Collor de Melo, durante palestra na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE), na noite desta quarta-feira (21). No evento, Ciro ainda fez críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por decisão contra o influencer Monark.

A fala do ex-ministro aconteceu enquanto respondia a questionamento sobre a atuação do juiz de garantias. Ao defender a função, Ciro destacou procedimentos do que seria um bom juiz e criticou Alexandre de Moraes.

"Um bom juiz não é preciosista, ele examina qual o valor intrínseco defendido pela lei está pedindo, se aquela prisão se revestiu do protocolo legal, se há elemento material formal etc.. Ele não vai julgar se o menino é condenado ou já foi condenado, só quem faz isso é o Alexandre de Moraes, que já condenou o Monark a não ter mais profissão, isso não pode. O Monark diz besteira de manhã, de tarde e de noite. Não concordo com nenhuma bobagem dele, mas, porra, deixa a democracia resolver isso, desliga o Monark, não acesse o canal do Monark, mas proíbe antes de julgamento, sem defesa, proíbe o menino de dizer as merdas dele na internet, não pode", disse Ciro.

Em seguida, ele fez menção ao risco de sofrer mais um processo por danos morais ao criticar o ministro do Supremo e citou caso envolvendo o ex-presidente.

"Vou pegar um dano moral de novo, agora de um poderoso. Peguei um dano moral sabe de quem? Do Collor. Vocês acreditam?", disse Ciro, provocando risos na plateia.

"(Collor) pegou agora num sei quantos anos de cadeia. Eu me odeio! E o Tribunal de São Paulo me condenou a indenizar o rapaz porque eu feri os pruridos morais dele. Dano moral do Collor! Sabe quanto é o valor? 800 paus, dinheiro que eu não tenho, é isso aí. Eu me odeio. Vamos adiante", pontuou Ciro, sob risos. 

O ex-ministro seguiu no assunto. "Podia ao menos me processar por calúnia porque eu teria a 'exceptio veritatis', a 'exceção da verdade', que a gente aprende no Direito. (...) E sabe porquê? Eu defendendo o Lula!. Eu me odeio, eu me odeio mortalmente!", continou Ciro, descrevendo ter defendido o atual presidente da República sobre embate histórico de Lula e Collor na disputa pela presidência no final dos anos de 1980.

"Pra defender o Lula, sentei o pé no Collor. Resultado: 'taí' o Lula presidente, o Collor provavelmente aliado dele e eu processado", ressaltou Ciro, rindo da situação.