Os temporais no Rio Grande do Sul que transformaram as cidades em verdadeiros cenários de guerra caussaram, apenas na primeira semana de maio, R$ 585,4 milhões de prejuízo ao varejo gaúcho, estima a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre. A tragédia já provocou 116 mortes, conforme números atualizados até a noite da última sexta-feira (10).
A CDL de Porto Alegre, conectada ainda a 300 municípios do Rio Grande do Sul, chegou à cifra combinando levantamentos da Cielo e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número tem grandes chances de estar, porém, subestimado.
De acordo com a Cielo, as transações no RS caíram 15,7% na primeira semana de maio na comparação com igual período de 2023. Para além das chuvas que destruíram bairros inteiros e devastaram comércios, vários estabelecimentos têm sofrido com os saques.
De acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado, de oito segmentos do varejo ampliado analisados, apenas supermercados e hipermercados e postos de gasolina apresentaram crescimento.
"Entendemos que a dicotomia pode ser explicada pela reação da população diante da incerteza com o futuro, suscitando a formação de estoques de alimentos e outros itens básicos. Além disso, parte do incremento é reflexo das aquisições visando doações para os atingidos pelos alagamentos", avalia Oscar Frank, economista-chefe da CDL de Porto Alegre.