O PDT, partido que conquistou hegemonia no Ceará com a chegada do grupo político liderado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes em 2015, parece estar desmoronando. A legenda foi abalada pela crise interna entre suas principais lideranças e, após os eventos da semana passada, não há perspectiva de reconciliação.
Essa constatação surge dos conflitos entre Cid, Ciro e André Figueiredo, bem como de uma série de incidentes que ocorreram desde o ano passado, encerrando uma convivência que parecia pacífica e hierárquica antes do período pré-eleitoral.
O partido se dividiu em dois grupos. Um é liderado por Ciro, André e Roberto Cláudio, com o apoio do prefeito de Fortaleza, José Sarto, e dos pedetistas da capital. O outro grupo está ligado a Cid Gomes e Evandro Leitão, que até esta semana tentavam se aproximar do PT, do governador Elmano e do ministro Camilo Santana.
Este último grupo, que é majoritário em números, parece estar muito próximo de deixar a legenda. As possibilidades de uma nova coesão partidária foram sepultadas, na avaliação deste colunista.
Cid e André disputam o controle do partido. André não está disposto a abrir mão da liderança estadual. Cid está determinado a ir até as últimas consequências para obter êxito. Nesta segunda-feira, às 16h, um grupo ligado a ele fará uma reunião para colher assinaturas e convocar o diretório estadual para discutir a mudança.
O resultado deste embate será um desgaste ainda maior e, se o confronto for confirmado, não haverá vencedores.
O fato histórico que complica ainda mais a situação é o rompimento entre o senador cearense e seu irmão, Ciro Gomes. Este último afirmou em uma entrevista exclusiva ao PontoPoder que ainda sente a "faca" nas costas, referindo-se ao que ele chama de "traição".
A realidade é que o PDT, como era conhecido sob o comando dos irmãos Ferreira Gomes, não existe mais.