Após 'guerra de números', Estado e policiais fazem o mais sensato: abrir diálogo

Após dias de embate entre membros do governo e policiais militares sobre os números que envolvem as remunerações da categoria, uma queda de braço indireta que chegou a causar uma guerra de versões, as duas partes resolveram fazer o que é mais sensato para o momento: abrir o diálogo, envolver todos os interessados, buscar mediação do Ministério Público e da Assembleia Legislativa e procurar um entendimento. O mais importante é lembrar que a sociedade está no meio do fogo cruzado entre as partes. Há muitas tensões a serem evitadas.

De parte a parte

A determinação do governador de atender aos apelos de uma reunião com os membros da categoria, com a presença de deputados estaduais, mostra uma sinalização positiva de diálogo. A representação da categoria, por sua vez, demonstrou maturidade ao validar a janela de negociações. Há, assim, um passo à frente na negociação. O governo sinaliza que há margem para negociar melhorias e a categoria mostra que quer avançar para um acordo. A mensagem só deve ir para a Assembleia após um acordo entre as partes.

Os limites

O limite e a responsabilidade do governo é o orçamento, as condições fiscais do Estado, no compromisso com a sustentabilidade financeira. Não é demais lembrar que outros estados estão completamente quebrados por medidas insustentáveis adotadas no passado. O limite e a responsabilidade dos policiais é a Constituição. As partes precisam encontrar uma proposta que fique dentro destas limitações.

Parlamento em campo

Ontem, a diversidade partidária no parlamento entrou em campo para tentar negociar. José Sarto (PDT), Elmano de Freitas (PT), Júlio Cesar Filho (Cidadania), Soldado Noélio (Pros), Renato Roseno (Psol) e Delegado Cavalcante (PSL) foram alguns dos que tomaram a frente antes mesmo de o projeto chegar à Casa. A Assembleia, assim, teve papel importante no diálogo entre as partes.

A queda do ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, foi mais um duro golpe da gestão Bolsonaro nos governadores do Nordeste. A percepção dos chefes do Executivo era que Canuto era técnico e atendia aos pleitos do Nordeste. Enquanto esteve no cargo, ele serviu como um ponto de apoio no diálogo com o Governo Federal.

Presidente municipal do PT, Guilherme Sampaio é um dos pré-candidatos do partido na Capital. Internamente, a expectativa é que até o começo de março o partido defina o nome que deve concorrer à sucessão de Roberto Cláudio