Tatiquês à parte, 'acertar a mira' fez toda a diferença para o Ceará

Futebol é complexo ao mesmo tempo que é simples: a receita do Vovô para a vitória foi a descomplicação no setor de ataque

Parece que estamos ainda nos primeiros dias de 2020, mas já é março. E a sensação de ver o ataque alvinegro estrear na temporada aconteceu nesta terça-feira (3), quando o time finalmente ultrapassou a marca de dois gols marcados em um jogo. E o melhor: finalmente o ataque funcionou a contento contra o River-PI.

O que tanto mudou de um jogo para os anteriores? Pelas condições do gramado, certamente não foi um melhor toque de bola, jogadas trabalhadas ou um 'nó tático' que possibilitaram ao alvinegro chegar aos 4 gols marcados em uma mesma noite.

Simples e claro, a bola do Vovô resolveu entrar ou, para ser menos fatalista, os atacantes, em especial Sóbis, finalmente acertaram o retângulo.

Futebol não é apenas sorte, mas também é. Corroboro as opiniões recentes do técnico do Manchester City, Pep Guardiola, que nesta semana deu uma "choque" no mundo da bola, ou melhor, numa ala de analistas-tatiquistas (profissionais ou não), ao tirar o peso das escolhas táticas dos treinadores para conquistas de resultados. 

Enderson Moreira também já permeou boa parte das suas entrevistas para explicar o quanto o detalhe faz a diferença. 

Óbvio que os times precisam de organização tática, ainda mais nas fases defensivas, para não permitirem tanto que o acaso impere. Mas naquele último terço, também auxiliados pela "tiuria" de tabuleiro (a la Belchior), o velho talento e a "mira" em dia fazem toda a diferença.

E foi isso que aconteceu ontem. Organizado da maneira que poderia, o Vovô não sofreu gols. E lá na frente, deu-se um jeito (com talento, com estratégia ou com sorte) para a pelota entrar. Quatro a zero. Injeção de confiança para este ataque, outro fator muito importante, aliado a todas as outras vertentes do futebol.