Quando Guto Ferreira foi anunciado em março de 2020, este colunista que vos fala, com base nos trabalhos passados do treinador, ressaltava o "elemento novo" que finalmente era inserido na história alvinegra naquele momento, que precisava mudar radicalmente a prosa de 2019.
E o que foi falado se comprovou com uma temporada bem superior à anterior. Título de Copa do Nordeste, boa campanha na Copa do Brasil e iminente classificação para competição internacional na Série A.
Um mix de avanços, que comprovam a eficiência de Gordiola. Mas agora outro momento se impõe e novos desafios também.
Mudança dentro da manutenção
A renovação de Guto Ferreira era necessária para que o clube partisse de onde parou na temporada 2020, ou seja, de um estágio elevado para partir para um maior ainda. E para conseguir isso, a "mudança dentro da manutenção" (parece contraditório, mas não é) precisa acontecer.
O Ceará fez uma boa temporada com base em jogo reativo, explorando a capacidade física dos jogadores (Fernando Sobral, Fabinho, Cléber, Pacheco, Léo Chú), com a habilidade e assertividade de Vina e Lima (este mais ao fim da temporada).
Esse modelo de jogo precisa avançar tendo em vista o "sarrafo mais elevado" que impõe 2021. O jogo reativo ainda precisa existir para ser aplicado em circunstâncias oportunas, como em partidas contra rivais cascudos, muitas vezes fora de casa, mas a equipe precisa evoluir no jogo propositivo, baseado em uma maior posse de bola e envolvimento do adversário.
O baixo aproveitamento dentro de casa na Série A é prova desta análise, um desempenho muito aquém do conquistado fora de casa. Se deseja elevar o estágio alcançado em 2020, o Alvinegro precisa propor mais. Para isso, precisará de novas peças e de um incremento tático do ótimo trabalho do grande Gordiola.