Não é do meu feitio fazer defesas, mas é difícil não se manifestar pelo que ocorreu e segue ocorrendo em torno da figura de Rogério Ceni.
Como jogador de futebol histórico que foi e por também não ser daquelas figuras mais carismáticas, Ceni sempre carregou certa antipatia de parte do meio do futebol. Mas nunca deixou de ser assunto, seja para o bem ou para o mal.
Como treinador, também nunca saiu dos holofotes. Quando assumiu o São Paulo, estreando ainda na nova carreira, enfrentou uma carga de pressão aplicada em profissionais de longa bagagem no ofício.
No Fortaleza, também teve um começo difícil, com direito a vice estadual e muita pressão também para a queda. Permaneceu e levou o clube a patamares jamais alcançados: título regional, brasileiro e estadual.
Time mimado e jornalistas torcedores
No Flamengo, pegou uma equipe mimada, em marcha lenta e em claro processo de desmonte do futebol visto em 2019. Pegou, de cara, confrontos duros e eliminatórios, não obtendo sucesso. Enfrentou birra de jogadores como Gabigol e muita, mas muita crítica pesada de setores da imprensa carioca e nacional.
Críticas que ganharam tons pessoais de alguns jornalistas e ataques com argumentos infantis. Até desmerecimento das conquistas do Fortaleza compuseram as críticas. Um baixo nível de impressionar.
Devagar, ele foi se aproveitando das falhas dos rivais, vencendo jogos decisivos até se sagrar campeão brasileiro. O quinto título em uma carreira de apenas quatro temporadas como técnico. O segundo título nacional.
Eis que nas "opiniões" do dia seguinte, o mérito é todo desviado para outras questões, menos para o treinador. Esse tipo de abordagem é típica de quem não tem humildade para reconhecer que escreveu sob efeito do ranço e de clubismo. Temos que saber separar as coisas.