Vicente Fialho: a morte de um homem bom e justo

Ele foi prefeito de São Luís e de Fortaleza, ministro da Irrigação e deputado federal. Entrou e saiu desses cargos como entrou: moralmente acima de qualquer suspeita

Há homens públicos corretos, competentes, sérios, honestos e probos. Mas eles são as poucas exceções da regra da mediocridade. 

Pois o Ceará perdeu um desses poucos – o engenheiro Vicente Fialho, que, aos 84 anos, se despediu desta vida terrena e, com a graça de Deus, conquistou a coroa a Justiça reservada, como diz São Paulo em sua segunda Carta a Timóteo, aos que combateram aqui o bom combate.

Vítima de complicações causadas pela Covid, Vicente Fialho partiu, deixando, para os seus filhos e netos, um imenso legado, principalmente no campo moral.  

Vocacionado para a vida pública, Fialho foi prefeito de São Luís do Maranhão e de Fortaleza e à sua gestão aqui se deve a construção das importantíssimas Avenidas Leste-Oeste e Aguanamb, que rasgaram a cidade na direção dos quatro pontos cardeais. 

A respeito desses dois empreendimentos infra estruturais, não se teve notícia de uma só infração à Lei das Licitações: as concorrências públicas realizaram-se da maneira mais transparente e as obras cumpriram o cronograma e seus respectivos orçamentos.

Fialho foi ministro da Irrigação quando era presidente da República José Sarney. Em sua gestão, surgiu o Projeto de Irrigação Jaguaribe-Apodi, no Ceará, hoje conhecido pela sigla Dirja, onde se fazem investimentos privados na fruticultura. Ele saiu do ministério como entrou: acima de qualquer suspeita. 

O empresário Luiz Girão, fundador do Grupo Betânia Lácteos, que foi companheiro de Vicente Fialho na Câmara dos Deputados, transmite à coluna um comovente depoimento a respeito dele:

“Se você imaginar um homem bom e justo, dê-lhe o nome de Vicente Fialho. Sobre ser, do ponto de vista moral, inatacável, ele abrigava em sua mente brilhante ideias inovadoras, algumas das quais conseguiu implementar como prefeito de São Luís e de Fortaleza e ministro da Irrigação. Fialho surpreendia-me quando falava sobre o potencial da agropecuária cearense, pois a conhecia, como poucos, identificando seus problemas e apontado as soluções. Conversar com ele era como ouvir aulas práticas de economia. Deus o convocou precocemente para as lides celestes, mas seus exemplos de homem público, de chefe de família e de amigo permanecerão”.

O corpo de Vicente Fialho está sendo velado na Funerária Ethernus, onde haverá missa de corpo presente às 15 horas. 

À D. Miriam Fialho e a seus filhos e netos, esta coluna transmite sentimentos de pesar e de solidariedade.