Sauditas cortam produção de novo e preço do petróleo sobe a US$ 78

Boletim Focus, IPCA de maio, Reforma Tributária e Arcaboiço Fiscal no Senado estão na agenda desta curta semana. Bloomberg informa que o mundo quer reduzir o dólar nas transações comerciais

Esta segunda-feira começa com uma má notícia: a Arábia Saudita anunciou ontem à noite que reduzirá, unilateralmente, sua produção de petróleo em um milhão de barris diários, durante o próximo mês de julho, podendo, porém, ser estendido pelo resto do ano. 

O anúncio foi feito ao fim de uma reunião da Opep e seus aliados, realizada ontem em Viana, capital da Áustria.

Imediatamente após esse anúncio, o preço do petróleo do tipo Brent, que na sexta-feira fechara a US$ 76, passou a ser negociado na Bolsa de Londres a US$ 78,07.

O petróleo do tipo Brent é o que a Petrobras importa para as suas refinarias.

Aqui no Brasil, a semana será curta por causa do dia santificado de Corpus Christi, na quinta-feira. Mas haverá fatos importantes na área da política que poderão impactar a economia.

Por exemplo: às 8h30 desta segunda-feira, será divulgado o Boletim Focus, do Banco Central, que deverá conter novas indicações sobre juros, câmbio, PIB e inflação, tendo em vista o PIB de 1,9% do primeiro trimestre, que veio muito acima do esperado pelo mercado. 
  
Amanhã, terça-feira, o deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba, apresentará seu relatório a respeito das atividades do Grupo de Trabalho que, no âmbito da Câmara dos Deputados, colheu opiniões da sociedade a respeito do tema.

Na quarta-feira, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação brasileira relativo ao recente mês de maio.

Os economistas do Banco Itaú, citados pelo Infomoney, estimam que no último mês o IPCA deve ter subido 0,31%, abaixo dos 0,61% do mês anterior de abril, com o que a taxa inflacionária deste ano ficará em 4%.

No Senado Federal, aguarda-se que sua Comissão de Assuntos Econômicos inicie o debate sobre a proposta do Arcabouço Fiscal já aprovado pela Câmara. 

Hoje, a agência de notícias Bloomberg, especializada em economia, distribuiu uma informação segundo a qual os mercados do mundo começam a movimentar-se contra a hegemonia do dólar nas transações comerciais entre os países.

Citando o acordo celebrado pelo Brasil com a China para a utilização das moedas nacionais – o yuan e o real – nas suas operações de importação e exportação, a Bloomberg refere-se também à Índia e à Malásia, que usarão a rúpia, moeda indiana, nas suas trocas comerciais, mas também citando a França, que começou a usar o yuan nos seus negócios com a China.

De acordo com a Bloomberg, a hegemonia do dólar prejudicou a Rússia, que foi retaliada por causa de sua decisão de invadir a Ucrânia.

Todas as reservas em dólar da Rússia foram congeladas não apenas nos Estados Unidos, mas em todos os países aliados, principalmente os da Europa.

E por trás dessa estratégia, ainda segundo a Bloomberg, está a China e, mais especificamente, seu presidente Xi Jiping.
 
Deve ser lembrado que, hoje, 88% das transações comerciais no mundo são realizadas em dólar. Pelo andar da carruagem, isso vai mudar, e no curto prazo.