Petrobras: os números impressionantes da exploração e exportação

No pré-sal, a produção diária é de 1,7 milhões de barris. No 1º trimestre de 2023, a Petrobras exportou em média 733 mil barris de petróleo por dia. E importou 204 mil barris/dia.

Ontem, esta coluna encaminhou à gerência de Comunicação da Petrobras algumas perguntas a respeito da extração, das exportações e importações de petróleo e da produção de combustíveis do conjunto de refinarias da maior estatal brasileira. 

As respostas trouxeram números que impressionam. Por exemplo: no primeiro trimestre deste ano de 2023, a produção de óleo da Petrobras no pré-sal foi, em média, de 1,7 milhão de barris por dia. “Esse petróleo foi utilizado tanto em nossas refinarias, quanto encaminhado para exportação”, como informa a mensagem transmitida pela empresa à coluna.

Em 2022, o petróleo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, respondeu por quase 50% do volume exportado.

Resta coluna perguntou: o parque de refino brasileiro dispõe de tecnologia para transformar esse petróleo em combustíveis? A resposta da Petrobras foi a seguinte:

“Não há qualquer dificuldade para o refino do petróleo do pré-sal no Brasil. Em 2022, os óleos do pré-sal representaram 62% da carga processada no refino, estabelecendo novo recorde em relação ao processamento de 59% em 2021. 

“Neste primeiro trimestre de 2023, esse índice manteve-se em 62%. Esses óleos proporcionam elevado rendimento de derivados de alto valor agregado e possuem baixo teor de enxofre, contribuindo para a redução de emissões.

“Vale destacar que, no último mês de maio, as unidades de refino da Petrobras alcançaram a marca de 95% no percentual de processamento. O Fator de Utilização Total (FUT) das refinarias foi o melhor resultado mensal desde julho de 2015. Em alguns dias, na segunda quinzena de maio, o nível chegou a superar os 99%.”

Outra pergunta da coluna: o petróleo do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres e importado pela Petrobras, tem a mesma qualidade do óleo extraído do pré-sal brasileiro? A resposta veio nos seguintes termos:

“A Petrobras utiliza o petróleo do tipo Brent como referência de preço para seus investimentos, mas importa outros tipos de petróleo do Oriente Médio e da África, por exemplo, para compor o ‘blend’ (mistura) necessário para a utilização de suas refinarias. Algumas correntes de petróleo do Oriente Médio são de um tipo ainda mais leve do que o óleo extraído do pré-sal.”

Quanto a Petrobras importa (em barris) de petróleo? E quanto exportamos? Segue a resposta da empresa:

“No primeiro trimestre de 2023, a Petrobras exportou em média 733 mil barris de petróleo por dia (bpd) e importou 204 mil bpd.”

Nos últimos dias, as ações da Petrobras têm surfado nas ondas da Bolsa de Valores brasileira B3. Há um bom motivo para isso: os bancos JP Morgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs passaram a recomendar a compra dos papeis da estatal brasileira, levando em conta medidas adotadas pela nova administração da empresa. 

Entre essas medidas destaca-se a sua nova política de preços, que, porém, ainda não passou por um teste de estresse. O preço internacional do petróleo mantém-se entre US$ 70 e US$ 75 por barril, e enquanto mantiver esse patamar não haverá sustos. 

O que o mercado ainda não sabe precisar é como agirá a direção da Petrobras em caso, por exemplo, de uma retomada mais forte da economia da China, que é o maior importador mundial do óleo.

Quando e se isso vier a acontecer, como fará a Petrobras para sustentar sua política atual de manter boa distância de tempo entre as correções de preço dos seus combustíveis? Resposta para esta pergunta o mercado ainda não tem. 

Mas a Petrobras já superou as desconfianças que surgiram antes e logo depois da posse do governo do presidente Lula, inclusive sobre sua política de distribuição de dividendos. A empresa tem ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque e qualquer tentativa de mexida nessa política poderá resultar em ações na Justiça movidas por acionistas norte-americanos, e isto já aconteceu em passado recente, gerando pesadas multas à estatal. É preciso lembrar que é o governo brasileiro o recebedor da maior parcela de dividendos da Petrobras.

Os grandes bancos que acabam de recomendar a compra de ações da Petrobras têm em comum a certeza de que a empresa brasileira não repetirá os erros pretéritos de vender combustível a um preço abaixo do cobrado pelos mercados internacionais. 

Esse tempo passou e não voltará mais.

A propósito: o preço do petróleo caiu de novo: está negociado hoje na Bolsa de Londres a US$ 73,65 por barril.