Pecnordeste 2023 terá a Buiatria como uma das atrações

Trata-se do ramo da ciência médica veterinária que cuida da saúde de bovinos e outros ruminantes Já existe desde 2002 a Associação de Buiatria do Ceará. E a Reforma Tributária é apenas um sonho


Já ouviram falar em buiatria? Trata-se – segundo a Wikipédia – da especialidade da ciência médica veterinária que estuda todos os aspectos ligados, direta ou indiretamente, aos bovinos e, por extensão, aos outros ruminantes. 

Pois saibam que já existe, desde 2002, mas de forma quase confidencial, a Associação de Buiatria do Ceará, cujo presidente é o médico veterinário Kolowyskis Dantas, respeitabilíssimo no universo acadêmico. 

A entidade, acompanhando a alta velocidade com que tem crescido a agropecuária cearense, já promoveu, quase em sigilo, um ciclo de palestras e debates sobre a raiva animal. Recentemente – revela o próprio Kolowyskis – houve casos envolvendo dois bovinos, um ovino e um equino na zona rural do município de Russas, comprovados por exames laboratoriais.

Foram os profissionais cearenses desse ramo da veterinária que debelaram o que poderia ter sido um surto grave.

Por causa disso e, mais ainda, estimulados pela grandiosidade que terá a Pecnordeste deste ano (que, promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará – Faec – se realizará no Centro de Eventos do Ceará nos dias 15, 16 e 17 deste mês), os profissionais cearenses da Buiatria decidiram promover nessa que é a maior feira agropecuária da região nordestina uma programação técnica para alertar os pecuaristas para o perigo que é a raiva animal. 

Kolowyskis aproveita o contato com esta coluna para anunciar que a Associação de Buiatria do Ceará – embora existindo há 23 anos – será refundada durante a Pecnordeste 2023. 

No último dia da feira, 17 deste mês de junho, um sábado, os diretores da entidade farão um evento para não só anunciar a sua refundação, mas também para iniciar uma campanha de conquista de novos associados, o que não deverá ser difícil: o Ceará tem alguns milhares de médicos veterinários, boa parte dos quais trabalha em grandes empresas e/ou fazendas de criação de gado, garantindo a boa qualidade dos rebanhos bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e equinos do estado. 

Fundador da Betânia Lácteos, que é hoje a Alvoar, o agropecuarista Luiz Girão, no seu jeito característico de emitir opinião, não esconde seu reconhecimento ao importante papel dos veterinários cearenses, “que são profissionais altamente competentes, graças aos quais meu plantel de bovinos tem saúde de ferro e o leite que minhas vacas produzem é da mais alta qualidade”. 

Quem também faz referência elogiosa aos médicos veterinários do Ceará é o presidente da Faec, Amílcar Silveira, na opinião de quem “todo o aplauso que se der a eles será pouco pelo muito que eles fazem pela nossa pecuária”. 

REFORMA TRIBUTÁRIA CONTINUARÁ SENDO UM SONHO

Empresários que participaram do Seminário sobre a Reforma Tributária promovido pela Federação das Indústrias (Fiec) na semana passada, não têm dúvida de que a proposta prestes a ser votada no Congresso Nacional tem zero chance de ser aprovada. 

Jorge Parente, sócio e membro do Conselho de Administração da Alvoar, e Cristiano Maia, dono de várias empresas da agropecuária e da construção pesada, listam os motivos:

Primeiro, porque os chamados estados produtores (RS, SC, PR, SP, RJ e MG) constituíram sexta-feira, 2, um consórcio em cuja reunião de fundação em Belo Horizonte o governador mineiro, Romeu Zema, criticou a região Nordeste, que, na sua opinião, vive de incentivos fiscais, o que revela a imensa dificuldade de construção de um novo Pacto Federativo;

Segundo, porque o “cash back” (pagamento dos créditos tributários, que hoje é feito com muito atraso, e quando é feito), não está bem explicitado na proposta da reforma;

Terceiro, porque há dezenas de poderosos setores de interesse que já pressionam o Parlamento para seguir como “exceções à regra”;

Quarto, porque será impossível estabelecer uma alíquota única do futuro IVA que garanta receita boa para a União, os estados e os municípios e, ao mesmo tempo, não fira, por exemplo, o setor de serviços e o do agronegócio. 

Na opinião de Jorge Parente e Cristiano Maia, “só um milagre tornará possível a aprovação da Reforma Tributária”.

Por sua vez, o advogado tributarista Carlos Cintra transmitiu mensagem a esta coluna para dizer o seguinte:

"Num cenário marcado por um inconfundível 'apetite arrecadatório', é quimera supor que eventual Reforma Tributária trará simplificação, racionalização e redução de carga tributária".