Motorista dirigindo de calção ou bermuda? Sim, os do Uber

Guiadores do mais famoso aplicativo de transporte do mundo deveriam imitar seus colegas taxistas, que se vestem de calça e camisa

Maior empresa mundial de mobilidade urbana, o Uber precisa cuidar melhor de sua operação no Ceará. Uma parte, só uma parte, repita-se, dos motoristas que lhe prestam serviço em Fortaleza – aliás, um serviço público concedido pela Prefeitura Municipal – veste-se mal e comporta-se da mesma maneira. 
 
Em maio passado, este colunista, vestido a caráter, usou o aplicativo do Uber para transportar-se até a casa de festas La Maison, onde faria, como fez, a cobertura da Festa da Indústria.

Ao abrir a porta do veículo, deparou-se com o motorista vestido de calção e camiseta. Negou-se a embarcar, e cancelou a corrida.

Na última quarta-feira, 2, às 8h30, aconteceu o mesmo fato: pediu um veículo do Uber, cujo motorista vestia calção de praia. Ao abrir a porta do automóvel e deparar-se com o inusitado, este colunista desculpou-se por estar atrapalhando o lazer do cinesíforo, que indagou e justificou: 

“Qual o problema? O clima daqui é quente. O importante é transportar o senhor.” 

Sem tempo para cancelar a corrida e fazer novo chamado, este colunista embarcou no veículo e explicou ao seu guiador que um serviço prestado ao público, como aquele, deveria ser executado por um profissional com vestimenta condizente. Vestir-se de calção de banho para esse trabalho não era, não é, nem será correto.

Os motoristas do Uber deveriam copiar seus colegas taxistas, incluindo os do aplicativo Sinditáxi, que se vestem de calça e camisa para o exercício do seu trabalho profissional, como sugere o manual de boas normas aos que prestam um serviço ao público (os taxistas que servem aos grandes shoppings usam uma farda que os identifica).  

Em Fortaleza, há mais de 10 mil automóveis prestando serviço ao Uber, que recolhe de cada motorista, à guisa de taxa de administração, 25% do valor de cada corrida. Uma exploração.