Opinião de 10 entre 10 parlamentares do PT: só um fato muito grave tirará o senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, da presidência da Petrobras no futuro governo do eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O mercado financeiro recebeu com simpatia a sua indicação, levando em conta suas virtudes: ele é advogado e economista com mestrado em Petróleo e Gás e em Economia de Petróleo e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo.
Jean Paul, como o chamam seus amigos, é, também, um especialista em energia, principalmente a solar fotovoltaica e a eólica. Foi sob sua liderança que o vizinho estado potiguar atraiu, nos últimos 15 anos, vultosos investimentos que o tornaram um dos dois líderes da geração de energia solar e eólica no país (o outro é o estado da Bahia, que lidera o setor).
Em entrevistas concedidas à imprensa depois que seu nome foi anunciado como próximo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que a estatal focará seus investimentos não apenas na exploração de petróleo na camada pré-sal, mas também na área de refino e, ainda, na de geração de energias renováveis.
Antevendo o futuro próximo e sombrio da energia de origem fóssil, Prates já aposta no avanço – e põe avanço nisso – da energia gerada pelo calor do sol e pela força dos ventos no continente (onshore) e dentro do mar (offshore), cujos investimentos crescem na velocidade da Space-X.
O aquecimento global provocado pela emissão de gases de efeito estufa, com as graves consequências que ele causa (o “ciclone bomba” que, nestes dias, castiga os EUA e o Canadá, onde dezenas de pessoas já morreram congeladas, é um exemplo trágico disso), tem acelerado os investimentos públicos e privados em projetos de geração de energias renováveis em várias partes do mundo, incluindo o Ceará, onde empresas nacionais e estrangeiras anunciam a construção de plantas industriais para a produção do Hidrogênio Verde na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
A chegada de Jean Paul Prates à Petrobras, algo que deverá ocorrer até o mês de fevereiro (o atual presidente da empresa, Caio Paes de Andrade, poderá antecipar o fim do seu mandato, que se encerrará em abril), provocará pelo menos duas mudanças imediatas: o fim da atual política de preços da empresa, baseada na paridade com os preços internacionais do petróleo, e o fim de qualquer providência relacionada à sua privatização.
O empresário cearense Lauro Fiúza Júnior, sócio e CEO da Servtec Energia e fundador, também, da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), tem estreita relação de amizade com o futuro presidente da Petrobras.
Na opinião de Fiúza, “a Petrobras estará em boas mãos com Jean Paul, não tenho dúvida”, disse a ele à coluna.
Outro cearense com boa relação com Prates é Adão Linhares, secretário Executivo de Energia da Seinfra-Ceará.
Jean Paul Prates fundou o Cerne (Centro de Estratégias em Energias e Recursos Naturais) que – antes de ele se tornar senador, substituindo, como primeiro suplente, a hoje governadora Fátima Bezerra – foi, na região Nordeste, o principal fórum de debate em torno das políticas públicas sobre as energias renováveis, com foco na solar e na eólica.
Alguns dos eventos promovidos pelo Cerne foram realizados em Fortaleza.
GREVE DE PILOTOS REDUZ OCUPAÇÃO HOTELEIRA
Acabou a greve dos pilotos e comissários de bordo, que na tarde de ontem retomaram seu trabalho. Mas esse movimento paredista causou prejuízos à rede hoteleira de Fortaleza.
Esta coluna pode informar que a perspectiva de ocupação de 100% dos hotéis de Fortaleza para a festa de réveillon caiu para 60%, porque houve centenas de cancelamentos de reservas, como informaram gerentes de vários hotéis da Avenida Beira Mar, nesta capital. “Tudo por causa dessa greve”, disseram.
Além disso, também colaborou para a queda da taxa de ocupação hoteleira a decisão da Prefeitura de Fortaleza de proibir o barulho da explosão dos fogos de artifício no tradicional e famoso espetáculo pirotécnico na virada do ano, na Praia de Iracema.
A queima de fogos sem o barulho de sua explosão teve má repercussão junto à rede hoteleira. Os gerentes de hotéis da Beira Mar, com os quais esta coluna conversou, debitaram, também, a essa decisão o cancelamento de muitas reservas.
O gerente de um grande hotel disse que os turistas do Sudeste, do Centro Oeste, do Nordeste e do Norte que se acostumaram a passar o réveillon aqui por causa da festa da Praia de Iracema não gostaram de saber que será silenciosa a queima de fogos neste ano.